A Unidade Universal nos agasalha e nos consola

Por Inny Buch

Universum: representação do Universo em xilogravura, usada pelo astrónomo na obra “L\’atmosphère: météorologie populaire”, (Paris 1888) – (Coloração de Heikenwaelder Hugo, Viena 1998).

Como pessoas leigas no campo das grandes questões filosóficas e da compreensão dos conceitos relativos à ciência tradicional e à moderna, nós nos deparamos com o grande enfoque da atualidade, que vê o Universo como “Uma rede interligada de relações”, conforme diz Fritjof Capra, no livro O Ponto de Mutação.

Vem-nos também à lembrança Hermes Trismegistus, explicando o TODO como “uma Mente Vivente Infinita e Universal, em que vivemos, nos movemos e temos a nossa existência” (Hermes, Os Grandes Iniciados de Édouard Schuré, pág. 70).

Olhamos tudo que nos cerca: pessoas, coisas e situações; e nos perguntamos: Onde está a unidade nessas diferenças enormes? Nessa diversidade múltipla? Nessas situações em que nada parece estar conectado?

Ao refletir um pouco mais, vamos perceber uma conexão! Existe um fio condutor sutil, não visível, mas presente. Nada nasceu complexo. Na evolução lenta do nosso Planeta, podemos constatar, por exemplo, que o reino mineral surgiu antes do vegetal, e este, antes do animal e só depois, muito tempo depois, surgiu o homem. Cada reino anterior dá suporte ao seguinte, que sem esse não existiria. Há um crescendo em complexidade! Assim, uma planta é mais complexa do que um cometa, já que sua capacidade interna de se alimentar, crescer, reproduzir-se, supera a capacidade do cometa.

Ah! Esta capacidade interna!

Mesmo dentro da matéria dita “bruta” pulsa um princípio, que poderemos chamar de inteligente, pois é ele que dá à matéria essa capacidade de aprimoramento.

Esse princípio se apresenta sempre num crescendo, reino após reino, obedecendo a uma lei evolutiva, que vai nos mostrar o eixo de conexão de todos os seres e coisas. É ela (essa capacidade interna, ou princípio inteligente) que vai se aprimorando, ficando mais e mais consciente, até chegar ao seu grau máximo: manifestar um poder criativo, uma capacidade de abstração e de responsabilidade. Chegamos ao ser humano.

Estamos diante de um enorme processo dinâmico. Cada passo adiante dependendo das aquisições de seu precedente. Quando no homem chamamos de Espírito, o que nos reinos anteriores chamamos de Princípio Inteligente, verificamos que na medida da conscientização deste princípio a matéria de sua expressão ficou mais complexa. O homem, realmente, é a expressão máxima, pois que tem a capacidade de criar, de autoconhecer-se, de saber que sabe, de se responsabilizar por seus próprios atos, pois obra com livre-arbítrio.

Não pretendo aqui sugerir que o homem descenda diretamente do animal, pois ainda nos faltam elos importantes; mas dizer que todas as aquisições feitas nos reinos precedentes ao homem, agora se encontram nele. Com certeza, estudos em andamento nos dirão um dia como tudo isto se deu.

E então, percebemos que apesar da transformação lenta, mas constante, do movimento ininterrupto, a integridade é mantida, a unidade é preservada. E, intuitivamente, sabemos que deve haver algo que mantém a harmonia desse conjunto, harmonia que perpassa desde o infinitamente pequeno até o infinitamente grande.

Chamamos de Onipotência, Onisciência e Onipresença a essa força da qual quase nada sabemos, mas que sentimos como uma respiração de vida que mantém, suporta e intimamente liga todos e tudo o que existe. Também a denominamos Deus, Grande Arquiteto, Alá, Pai, e mais uns tantos outros nomes; mas penso que deveríamos dar a essa força um nome único, capaz de agasalhar todos esses conceitos: AMOR.

 

Que o propósito deste ano – e de cada momento – possa ser nossa conscientização dessa Unidade Universal. Que possamos sentir que somos criações do Amor Divino, cada um em particular – nós como Humanidade, e o mundo material como forma de expressão mais simples desse Poder Infinito.

Não nos achamos perdidos ou isolados no espaço, mas fomos pensados e amados desde o princípio, e tudo o que recolhemos da vida é o que nos cabe por justiça, para nosso próprio crescimento e evolução espiritual.

Quem, então, poderá retirar a paz do nosso coração e a gratidão por termos acesso a essa magia que se chama viver?

Inny Buch é do departamento doutrinário da S.E. Nova Era

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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