É preciso aproximar o conhecimento espírita das necessidades das gentes.

Isso significa substituir o discurso emproado, eufuístico e no mais das vezes moralista.

Florencio Anton

É preciso aproximar o conhecimento espírita das necessidades das gentes. Isso significa substituir o discurso emproado, eufuístico e no mais das vezes moralista, entoado a título de um canto litúrgico nascido das partituras de uma prosopopeia melosa com forte característica de receita pronta dentro do “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”, por um discurso que atenda ao ser humano que sofre , a partir das humanidades identificadas e reconhecidas, por quem ouve, de quem fala e nas transformações alcançadas por quem fala, pelo discurso que a si se aplicou e que também possa superar as ideologias normativas e venha a atender aos apelos da realidade prática.

É preciso que o nosso discurso espírita estimule a busca do exercício de uma perfectibilidade possível com o cuidado de preservar quem nos ouve da prisão do medo e da culpa. Penso que a contemporaneidade exige de nós um discurso mais baseado na empatia, no respeito às diferenças e ao processo pessoal, autonômico e intransferível da Educação ou seja, a contemporaneidade anseia pela rotura com o discurso educacional igrejeiro, jesuítico e catequizador.

 

Digo mais que a mística e a poesia religiosas podem e devem ser utilizadas como instrumentos de mobilização do afeto para a escuta dos nossos argumentos, no entanto aí permanecer, sem oferta de reflexões sobre os caminhos de suas aplicabilidades no cotidiano, significa, em minha visão rasteira, alimentar, com severa perda de tempo, uma espécie de utopia, no momento inalcançável, adiando com isso semeaduras e possibilidades de colheitas em tempo presente pois o vir-a-ser mesmo, o futuro fatal, é construído no aqui e no agora.

Cito Freire, embora alguns identifiquem nele ideias Marxistas e por isso o recusem. Aqui no entanto cabe muito bem! Dizia o educador na sua Pedagogia do oprimido: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”

Nessa direção defendo que em meu mundo eu desejo que o JESUS, decantado em prosa e verso nas mais distintas oratórias, possa se movimentar em mim e por mim, no aqui e no agora, na direção das Martas e Marias, Madalenas e hemorroíssas, viúvas e samaritanas, doutores da Lei e vendilhões, cegos e coxos , ladrões e cobradores de impostos – que eu também fui um dia ou quiçá ainda sou – sem nenhuma predileção, jamais para lhes imputar condenações mas para reacender a luz do filho de Deus esquecida reabilitando-os com dignidade e respeito ao tempo de cada um.

 

Já passou do tempo dos discursos pra fazer chorar, agora é a hora do discurso para ensinar a viver e isso só fazemos na partilha das histórias das experiências da aplicabilidade prática de JESUS em nossas trajetórias de vida.

TE AMO SENHOR!!! ME ESPERA QUE EU ESTOU A CAMINHO! NO ESFORÇO AINDA PARA IMPRIMIR UMA CAMINHADA VIGOROSA.

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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