A música livre e planetária de Luiz Vicentini

Por Manoel Fernandes Neto

Natural de Itajaí, cidadão catarinense acima de tudo, residente em Blumenau por opção, Luiz Vicentini é um homem do Planeta. Com a utilização da Internet, suas canções são reproduzidas em sites de continentes longínquos, com mensagens de afeto de admiradores de outros países. “Fico muito feliz com este contato”, diz Vicentini, com o brilho dos determinados nos olhos, na visita que fez à redação da CMM Interativa, empresa que administra o Portal Nova Era.

Seu trabalho transcende a relação comercial padrão implementada por outros artistas. Seu rendimento com a música vem de jingles publicitários compostos para empresas e instituições e na composição de músicas- tema. Por outro lado, seus CDs são independentes de grandes gravadoras e esquemas, lançados ou não com patrocínios; ele os distribui para amigos e imprensa. “Minha música é universalista, deve ser oferecida às pessoas; a criação artística deve ser distribuída livremente para o grande público”.

Nosso bate-papo surgiu diante da divulgação da música Cultura (YouTube abaixo), uma canção com legendas em inglês, disseminada como hino ecumênico nas redes sociais. Sua obra tem a marca de grandes mestres do resgate do amor pela música e por mensagens, ao mesmo tempo planetária e local, como já fazem Zé Geraldo, Almir Sater, Renato Teixeira e tantos outros.

Neste pingue-pongue Vicentini fala de processo criativo, carreira e Paz.

“Precisamos fazer aflorar a nossa sensibilidade, permitindo a percepção universal/cósmica dos sons, e a mensagem que essa música nos transmite, selecionando, é claro, as que nos fazem sentirmo-nos bem.”

Manoel Fernandes Neto – Como é o seu processo criativo?

Luiz Vicentini – Geralmente, componho em casa, num banquinho de meu pequeníssimo jardim, porém aconchegante o suficiente para que eu possa relaxar, enquanto aguardo a minha amiga Inspiração e, juntos, preparamos nosso universo com diversos caminhos e optamos por um, na certeza do caminho certo, visualizando a história que nos toca naquele momento. Parece complicado. Talvez seja, mas não percebo. Nesse momento, crio um mundo paralelo. Como diz a frase de uma de minhas canções, Inspiração: \’… Desliguei a chave de contato que mantém acessa a chama, e acendi todas as luzes, dentro do meu pensamento…\’.”

Manoel Fernandes Neto –  Como você analisa a música como elemento na busca da Paz entre os povos?

Luiz Vicentini – Tenho certeza que a música é uma condutora da paz; porém, acredito que, para que assim seja, precisamos fazer aflorar a nossa sensibilidade, permitindo a percepção universal/cósmica dos sons, e a mensagem que essa música nos transmite, selecionando, é claro, as que nos fazem sentirmo-nos bem. [Maneco: frase já usada acima]

Manoel Fernandes Neto –  Como está sua carreira hoje, depois de mais de 20 anos de estrada?

Sinto-me realmente realizado com o pouco que fiz e, ao mesmo tempo, ansioso e muito feliz com a perspectiva de novos trabalhos. São as infinitas possibilidades que me levam aos sonhos, sempre muito saudáveis e de extrema importância para se viver em êxtase, em vários momentos em um só dia. Assim é que vejo minha carreira.

Manoel Fernandes Neto –  Como surgiu Cultura, a música?

Luiz Vicentini –  Como quase tudo o que escrevo tem um porquê, a música Cultura foi um pedido da amiga Regina Ballmann, para um trabalho de faculdade, há dois anos. Como adoro desafios, não só aceitei a sugestão, como fiquei
agradecido a ela pela excelente ideia de um tema pouco explorado na
música. Foi gratificante essa transformação.

Manoel Fernandes Neto – A Internet é um diferencial em que sentido para você?

Luiz Vicentini –  A Internet é um diferencial no sentido de poder divulgar minhas canções
com praticidade, sem depender exclusivamente de mídias televisivas, rádios, jornais e tantos outros. Acredito que essas mídias têm o poder da magia, do sucesso repentino, mas são de difícil acesso para a maioria dos artistas. Então, a Internet passa a ser minha melhor ferramenta nesse momento, a qual, às vezes, me surpreende e me fascina, pela facilidade de comunicação, não existindo fronteiras.

Manoel Fernandes Neto –  Uma provocação criativa: Qual é a música ainda não composta?

Luiz Vicentini – Primeiro, quero cumprimentá-lo pela pergunta. Estupenda. Criativa. Confusa, talvez? Só sei que nunca me fizeram tal pergunta, e a achei muito sugestiva para se fazer uma canção sobre o tema da pergunta (risos). Verdade. Bom, devem existir várias maneiras para se responder a uma boa pergunta, mas penso o seguinte: a música ainda não composta sempre será a primeira na fila de espera, sempre estará após uma noite de sono, sempre após um dia corrido, uma tarde de chuva, sempre após o entardecer; após o último gole de água da noite; e após a sonolência, e após entrar em \’alfa\’, e após o alvorecer do dia seguinte. A música ainda não composta será aquela que estará sempre no fim da rua, no carro que passa, na multidão que caminha ou nas entrelinhas dos jornais. E, assim, me vem a sensação da falta de algo, um vazio a preencher, a surdez repentina seguida de um estalido, em que me pego sorrindo, pois ouço uma voz que me diz: ‘pega papel e caneta e concentra tua visão’. Só então percebo que estou pensando na música que ainda não fiz.

Site:
http://www.luizvicentini.com.br/

YouTube:
http://www.youtube.com/user/musicaluizvicentini

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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