Augustin Lesage: A arte dos espíritos mudou a sua vida
Augustin Lesage (1876-1954) era um homem simples, de mãos calejadas e pouca instrução. Um minerador de carvão que viveu na França.
Certo dia, aos 35 anos, ouviu uma voz, enquanto trabalhava, que lhe falou “Um dia serás pintor!” Durante muitos meses, guardou segredo da família. Em conversa com seus colegas, um deles lhe disse: “Sabem vocês que os espíritos existem? E que é possível nos comunicarmos com eles?”. “Li sobre esse assunto. Chama-se espiritismo”. Lesage então, ficou pensando se o Espiritismo poderia ter relação com as vozes que ouvira. Passou a ler livros de Leon Denis. E posteriormente, decidiu fazer uma experiência, em que um amigo depositou papel e lápis diante dele e um texto foi psicografado: “Estamos felizes por falar hoje com vocês. As vozes que você ouviu são uma realidade. Um dia serás pintor. Escute nossos conselhos e verá que tudo se realizará de acordo com o que dissemos”.
Os espíritos lhe transmitiram os nomes de tintas e pincéis, que adquiriu, e passou a dedicar-se a pintura, com a ajuda dos amigos espirituais que “guiavam suas mãos”. Explicou ele: “Quando trabalho, tenho a impressão de estar em outro ambiente que não o comum. Entro numa espécie de êxtase. Dir-se-ia que tudo vibra a minha volta. Escuto sinos, um carrilhão harmônico, às vezes longe, as vezes perto, som que dura enquanto pinto.” (…) Às vezes, os guias fazem com que, repentinamente, minha mão pare de pintar, pegue um lápis e escreva uma mensagem, dando-me conselhos sobre o que eu faço…”
Lesage tornou-se conhecido, foi cercado de curiosidades e polêmicas. Mas em 1932, depois de muitos anos de dedicação à arte mediúnica, ele foi reconhecido como um pintor de qualidade e admitido como membro do Salão dos Artistas Franceses, tendo mostrado seu trabalho também em outros países.
Após um período de grave doença, morreu em sua casa, pouco antes de completar 78 anos.
Revista Universo Espírita. Nº 58. Ano 5. 2008. Pág. 82.
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