Cineasta Francês ressignifica luto em contato com o espiritismo
Experiência documentada por Karim Akadiri Soumaïla na série “Em Busca de Kardec” estreia no dia 1° de Julho, às 20h30, no canal de TV por assinatura Prime Box Brazil
Ressignificar o luto por uma perda repentina de um ser querido, buscando um caminho espiritual. É o que faz o cineasta francês, Karim Akadiri Soumaïla, para reencontrar a alma da filha, Ifa. Ele percorre uma viagem Em Busca de Kardec, o ilustre educador europeu, que resulta em inesperada pintura mediúnica de sua primogênita e na descoberta de escritos inéditos do conterrâneo.
A experiência é documentada numa série investigativa, na qual esse protagonista é também diretor, corroterista e narrador. Toda obra de oito episódios estreia em rede nacional no dia 1 de julho, às 20h30, no canal de TV por assinatura Prime Box Brazil.
A história do personagem-narrador vai se entrecruzando com entrevistados, historiadores, sociólogos, antropólogos, adeptos, lideranças, médiuns… Em Paris, na França, ele descobre o interesse do poeta Victor Hugo pelas mesas girantes no século XIX, após a morte da filha Léopoldine. Inicia sua caminhada no cemitério parisiense Père Lachaise, e vai conhecendo a fisionomia do fundador do espiritismo e de sua personalidade de educador, cujo nome de fato era Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869).
Em Lyon, sua cidade Natal, Karim entrevista adeptos e pesquisadores.
Na Suíça, visita o Castelo de Yverdon onde o menino Rivail estudou com o educador Johann Heinrich Pestalozzi.
Karim descobre que o próprio Allan Kardec se aproximou do espiritismo depois de lutos pessoais. Ele que foi contemporâneo do terceiro surto mundial de Cólera (1846-1860), que ceifou milhares de vidas, que viveu cercado de tensões políticas, das Revoluções de 1830 e de 1848, numa época em que se dava o avanço do pensamento científico e o declínio da religião.
A investigação é embasada na pesquisa de Dora Incontri, uma das mais consultadas fontes acadêmicas sobre o espiritismo. A corroteirista da série imprime narrativa imparcial e não proselitista, mas respeitosa, sobre essa que é a terceira mais populosa “religião” no Brasil (Censo Demográfico – IBGE) e maior movimento espírita do mundo.
Contrapondo-se ao adormecimento precoce na França, onde floresceu no século XIX, depois de ter nascido nos Estados Unidos. O audiovisual retoma o contexto histórico e a ascensão das filosofias materialistas e niilistas no século XIX, por meio da análise de obras originais, inclusive a primeira edição do Livro dos Espíritos e de entrevistas com estudiosos.
Em território brasileiro, o viajante conhece o legado dos guardiões kardecistas, dentre eles o médium Chico Xavier. Constata divergências entre diferentes correntes no país. Como discernir o verdadeiro do falso, como evidenciar a fraude? Dialoga com estudiosos do sincretismo afro-brasileiro, do Candomblé e da Umbanda, para entender o enraizamento das filosofias pós-morte no Brasil.
Karim Akadiri Soumaïla
De descendência afro-caribenha, com raiz Yorubá de Benin, o cineasta nascido em Paris se aproxima das tradições religiosas de Salvador. É também na capital baiana que recebe mensagem perturbadora numa pintura da fisionomia de sua filha, Ifa, falecida em acidente quando adolescente, transmitida por Florencio Anton. O médium é o fundador-dirigente do Grupo Espírita Scheilla e acumula a produção de mais de 27 mil telas pintadas, incorporado por 105 pintores desencarnados. A lista abrange Rembrandt, Picasso, Renoir, Van Gogh, Monet, Da Vinci, Lautrec e Chagall.
No episódio final, Karim Akadiri Soumaïla se depara com cartas e manuscritos de Allan Kardec, localizados em São Paulo, onde é radicado. O acervo, que lançará luzes sobre os primórdios do espiritismo, passa por digitalização e tradução para o português.
O pesquisador paulista Silvino Canuto de Abreu (1892-1980) adquiriu esses manuscritos antes da Segunda Guerra Mundial, salvando-os dos nazistas que invadiram Paris. Os materiais estão sob tutela da Fundação Espírita André Luiz (FEAL).
Em Busca de Kardec é uma série original da LightHouse Produções Cinematográficas com produção de Ricardo Fadel Rihan.
Redação da Nova Era com texto de divulgação.