Inny Buch fala sobre a nova gestão da S.E. Nova Era

Inny Buch (foto), que vai presidir a S.E. Nova Era nos próximos 2 anos (acesse Diretoria), falou sobre seus planos de gestão e outros assuntos importantres para a entidade. Ciência, filosofia, atendimento aos espíritos necessitados e planos de trabalho.

Acompanhe a seguir a integra da entrevista:

Neste 2016 a S.E. Nova Era completa 16 anos. A primeira pergunta é a seguinte: o que mudou na Nova Era, na sua opinião, desde a última vez que você presidiu a nossa sociedade espírita, em 2005? Pode fazer uma balanço?

Os quatro primeiros anos da casa foram em torno da atividade de estruturar a casa, consolidar os objetivos, filiar-se a Federação Espírita Catarinense (FEC) e, neste sentido, preencher todas as instâncias pedidas.

Foi um período de grande movimentação, muitas ideias, opiniões e conceitos sobre como seria o melhor jeito para alcançar os objetivos que a Sociedade Nova Era tinha se proposto: consolar e esclarecer.

O ano de 2005 e os que se seguiram foram de sedimentação e aplicação de todas as propostas que deram resultado positivo. A partir de então, o autoconhecimento foi um objetivo que nasceu naturalmente e o aprimoramento pessoal através de estudos aprofundados da Doutrina Espírita, com o enfoque na codificação e seu estudo mais intensivo da mediunidade.

Se a princípio o interesse foi conhecer as lições contidas na codificação, aos poucos as lições aprendidas foram reconhecidas nas atividades usualmente exercidas e, hoje, a conscientização se faz cada vez mais presente e a aplicação delas é um verdadeiro tratamento para a alma.

Assim, vemos, que houve uma evolução no entendimento das lições que os espíritos superiores nos legaram.

Quais são os desafios das casas espíritas nos dias atuais?

Pensamos que cada casa tem os seus desafios específicos, mas observamos que muito facilmente se perde o foco de que a casa espírita deve promover o crescimento pessoal .

Muitas vezes, no meio de condições e regras, mesmo que necessárias, se esquecem que o mais importante e o que realmente importa é o espírito, seja ele encarnado ou desencarnado.

A casa espírita é um lugar de educação; é um laboratório, onde todos deveriam aprender a se qualificar e a reconhecer no outro o mesmo valor que dão a si, sendo a pessoa espírita ou não.

Educar-se é o grande desafio de todos os tempos.

Qual o legado que foi construído nesses 16 anos de fundação?

A nosso ver: a união.

União que vê nas diferenças a complementação do conjunto.

União quando potencialidades se unem para que se alcance um resultado melhor.

União no estudo, quando cada um traz o seu conhecimento, enriquecendo as lições.

União nas nossas reuniões alegres e mesmo nos momentos muito difíceis, quando sabemos que temos ombros que suportam juntos a nossa dor.

De que adiantaria um grande cabedal de conhecimentos se estes, desconhecessem a linguagem do amor?

Quais são os seus planos de atuação para os próximos 2 anos a frente do novo colegiado?

Não perder de vista nosso objetivo principal: consolar e aprender, que são os alicerces desta casa. Neste enfoque, o estudo e o autoconhecimento serão prioridades.

Para isto, a casa abrirá ainda mais suas portas a expositores de outras cidades, a fim de que seus trabalhadores possam ampliar seu leque de observação, de horizontes, de análise e de aquisição de ensinamentos úteis. Além disto, continuação e aperfeiçoamento de todas as atividades que já deram certo.

Como a casa não possui atualmente uma Evangelização infantil, pretende-se capacitar monitores para este trabalho. Paralelamente a isto, trabalhar a conscientização dos pais sobre a importância do encaminhamento espiritual de seus filhos.

Também temos um desafio pela frente, que é a construção da nossa sede própria. Com o terreno já adquirido, o esforço agora será no sentido da edificação da sede. Já temos pessoas bem envolvidas no empreendimento e é preciso destacar o empenho de Ervin, nosso arquiteto, com sua paciência e capacidade de conceber o projeto.

A Nova Era possui uma equipe de trabalhadores dedicados e compromissados com a causa espírita, assim, formamos um conjunto que colabora e se apoia. Os cargos ficam por conta de um formalismo necessário, porém o mais importante é o trabalho de equipe. Esta a riqueza que temos e da qual não abriremos mão.

Espiritualidade e Ciência são dois pilares cada vez mais em evidência neste século 21. Como você enxerga isto?

Deverá haver diálogo entre os dois como já houve, no passado.

Lembramos, por exemplo, de Descartes, que se interessou muito pela glândula pineal, percebendo que ela seria uma intermediária entre a mente e o corpo. Para estudar a mente, admitia a existência de outras leis que não as físicas e que elas seriam em outro plano e não no plano material visível.

O homem é espírito que se manifesta por meio de uma matéria. Esta é a realidade. São dois planos, interligados. Há uma união, quase substancial do espírito com o corpo físico, durante o estado de encarnação, portanto, se nós os mantivermos separados, teremos somente “um lado da moeda” e, o conhecimento sobre o ser humano, será incompleto.

Penso mesmo ser urgente a conexão entre ciência e espiritualidade.

Na Doutrina Espírita estudamos que religião, ou melhor espiritualidade não deve estar em oposição com a ciência onde esta já foi comprovada. E lemos em A Gênese cap. I , item 55

“Caminhando par a par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria neste ponto. Se uma realidade nova se revelar, ele a aceitará.”

É esta posição de bom senso do Espiritismo que deverá ser adotada, um dia, por todas filosofias e religiões, pois quanto mais a ciência colica a descoberto as Leis da Natureza, mais perto chegará ao Autor destas mesmas leis, já que os efeitos que se mostram inteligentes em relação à ordem dos fatos não poderão jamais terem como causa o acaso.

Quando a ciência se interessar pelo espírito, a amplitude será enorme, pois é infinita a dimensão espiritual.

Qual o maior desafio do "Ser espiritual" neste mundo de provas?

Manter-se equilibrado. O meio em que vivemos nos envolve com seu estresse, com suas inseguranças, com sua pressão materialista do "ter", com a sua pressa e isto se reflete na criatura em angústias, em ansiedade, em depressão, em tristezas, em medos e instabilidade.

Para o espírito que é espírita, o grande desafio é conseguir vivenciar, no seu dia a dia, no seu lar, no seu trabalho, na sua comunidade, as lições que a espiritualidade ofereceu. É aceitar-se como espírito e viver como tal.

Como você vê atualmente o desenvolvimento da pesquisa espírita, de todos os tipos, dentro do movimento e nas instituições espíritas?

A Nova Era procura manter-se atualizada nas pesquisas da área da saúde, já que nossa casa é procurada principalmente por doentes da alma com os respectivos reflexos no corpo físico. Por esta razão, sabemos que no movimento espírita, nesta área médica, há um grande desenvolvimento.

Para o espírita–médico, por exemplo, espírito e matéria não são como água e óleo que não se misturam, mas há uma necessidade premente de se reconhecer que todas as mazelas do corpo físico encontram a sua causa no desequilíbrio do comportamento do espírito.

Sabemos também que existem instituições espíritas que se dedicam à pesquisa sobre energia, principalmente no que se refere as irradiadas no passe.

Algum estudo atual sobre o duplo etérico, ou o corpo físico invisível, para os teosofistas, também já caiu em nossas mãos, mas de modo geral, não podemos opinar acertadamente sobre pesquisas já que pouco sabemos a respeito.

Com certeza, porém, este novo século, vai enriquecer a todos os buscadores da verdade, e o reconhecimento de que a tecnologia de forma nenhuma deve distanciar-se do avanço moral, para que o ser humano possa progredir com segurança.

Finalizando, estou cada vez mais convencida que nossa felicidade e plenitude está em entendermos e colocarmos em prática o pedido de Jesus, que é de nos amarmos, pois foi o Amor a essência da nossa criação.

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Entrevista a Manoel Fernandes Neto, jornalista, Editor do portal Nova Era, e coordenador de comunicação da S.E. Nova Era.

 

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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