Lealdade – Uma qualidade em extinção?

Euripedes Rodrigues dos Reis

A lealdade às vezes parece uma qualidade em extinção. Mas, se formos aprofundar numa análise quanto ao comportamento de algumas pessoas, iremos identificar que ela, a lealdade, continua sendo praticada e é uma condição imprescindível nos relacionamentos saudáveis. Isso não significa que seja uma qualidade moral muito acessível, nem envolve aspectos intelectuais.

Na família, no convívio social e no trabalho precisamos estar atentos para com a palavra “sim”. Às vezes sentimos dificuldade de dizer “não” e nos comprometemos sem avaliarmos o alcance da obrigatoriedade do cumprimento da nossa palavra. Ou, sem avaliarmos bem, os efeitos, as reais possibilidades de cumprirmos o prometido, ou, para um agravamento da situação, não existindo o real propósito nosso de executarmos a promessa.

Por isso devemos ter muito cuidado com os vínculos estabelecidos. Ocorre que, ao tomarmos para nós um encargo, necessitamos ser leais. A lealdade pode se limitar a um campo de ação diminuto. A família, dois ou três amigos. Ser leal é diferente de ser “bonzinho”. Se uma pessoa do seu relacionamento tem atitudes não recomendáveis, a lealdade deve me levar a despertar sua atenção para com aquele comportamento, mesmo que atitude que irei tomar, possa parecer inconveniente ou requeira coragem da não omissão.

Aprendemos o significado da palavra lealdade, desde crianças. Precisamos ensinar os garotos e as garotas para serem leais nos distintos vínculos. Prepararmos para como eles devem atuar num grupo, com os irmãos, primos, pais e avós.

Em repetidas vezes, principalmente quando adolescentes ou, até mesmo, adultos, equivocadamente, entendemos que ser um amigo leal tem o sentido de apoiar o outro, incondicionalmente, independente dos atos que a pessoa aja praticado. Ser um amigo leal não é isto. É estar com o outro nos momentos bons e maus. Mas, ajudá-lo a entender o significado do seu comportamento. Devemos ter cuidado, sim, para com o que falarmos. Somos donos daquilo que não falamos. Cuidado para com a avaliação que fazemos dos outros. Alegremo-nos, sinceramente, pelas conquistas dos nossos amigos.

Eu, ao longo da minha vida, consegui conquistar muitos amigos leais. Mas uma coisa eu aprendi: não depositar no outro a responsabilidade que é minha. Nem me iludir imaginando que o outro irá se comportar desta ou daquela maneira. Para não me decepcionar, não colocar nos ombros do outro a incumbência de me fazer feliz.

Euripedes Rodrigues dos Reis é empresário, nascido em Belo Horizonte MG, consultor de empresas em desenvolvimento de pessoas. Morou em diversas cidades brasileiras e trabalhou no Chile, Paraguai e Argentina. Atualmente reside em São Paulo e atua no movimento espírita como dirigente e orador. Foi Vice-Presidente da Fundação Espírita André Luiz, e responsável pelo conteúdo do site www.feal.com.br. Foi editor da Mundo Maior Editora e fez, durante três nos, parte da equipe diretiva da TV Mundo Maior. Atualmente trabalha nas Casas André Luiz.

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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