Linguagem dos Espíritos

Rose Mary Grebe


Imagem meramente ilustrativa

Lembremos que os Espíritos somos nós sem o corpo de carne. Que quando desencarnamos continuamos sendo os mesmos que aqui fomos, com nossas qualidades já adquiridas, bem como as mazelas que ainda não consertamos.

Se somos as mesmas inteligências, nossas vidas depois do desencarne continuam da mesma forma, não viramos santos, também continuamos a nos comunicar, nos fazer entender de alguma forma.

Comunicação entre os dois lados da vida não é algo recente e nem criada pelo Espiritismo. Desde que as pessoas começaram a ter algum tipo que razão, também começaram a se comunicar com os mortos em seus rituais. O Antigo testamento está cheio de episódios relatando a comunicação entre os dois lados da vida.

Como se processa esta comunicação?

Espíritos, de acordo com sua evolução, para chamarem a atenção vão se comunicar através de ruídos, pancadas, pela fala ou escrita de alguém.

Em se tratando da linguagem propriamente Kardec nos diz:

"Os espíritos só têm a linguagem do pensamento, não dispõem da linguagem articulada, pelo que só há para eles uma língua."

Para explicitar essa idéia básica, os instrutores da codificação acrescentaram a Kardec mais adiante que, ao se dirigirem ao médium, ser encarnado, não o fazem em francês, inglês, árabe ou grego, mas pela "língua universal que é a do pensamento". Convém enfatizar o relevante aspecto dessa informação que nos assegura, em termos inequívocos, que os espíritos só têm uma linguagem – a do pensamento.

Como os Espíritos se comunicam através de médiuns, eles passam a idéia, e o médium transmite, de acordo com suas condições. Quando escutamos um médium falando por um Espírito, temos que entender que aquela comunicação sempre terá alguma coisa do médium. (ANIMISMO)

Inclusive, se um Espírito passar uma comunicação a alguns médiuns, todos entenderão a idéia, mas com a mais absoluta certeza ela será repassada através da fala ou escrita de formas diferentes, atendendo aspectos culturais, nível de instrução, emotividade, embora a essência seja a mesma.

As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos respectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afinidade existente entre eles. Não podemos, entretanto, jamais ignorar que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos.

A comunicação dos Espíritos ainda não é bem entendida por todas as pessoas que imaginam um Espírito entrando no médium. Isto não acontece. O pensamento do Espírito será passado à mente espiritual do médium e este transmitirá.

Quanto à linguagem dos Espíritos precisamos ficar muito atentos e São Luis, Espírito colaborador na codificação nos esclarece que:

A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem qualquer mistura de trivialidade. Eles dizem tudo com simplicidade e modéstia, nunca se vangloriam, não fazem jamais exibição do seu saber nem de sua posição entre os demais.

A linguagem dos Espíritos inferiores ou vulgares é sempre algum reflexo das paixões humanas. Toda expressão que revele baixeza, auto-suficiência, arrogância, fanfarronice, mordacidade é sinal característico de inferioridade. E de mistificação, se o Espírito se apresenta com um nome respeitável e venerado.

Por isso as reuniões que se dedicam a conversar com os Espíritos precisam ser sérias, com critérios bem definidos, com objetivos muito maiores do que curiosidade. Porque senão vão virar um joguete nas mãos daqueles que querem destruir um trabalho. É por isso que se alerta tanto para as brincadeirinhas de evocar Espíritos, saber o futuro, se vai ganhar na mega sena, entre outras bobagens que se pergunta a eles. Os Espíritos sérios têm muito trabalho, alias, quanto mais evoluem, menos descansam.

São Luís ainda nos alerta para alguns pontos que podemos observar para não sermos enganados:

  • Os Espíritos bons só dizem o que sabem, calando-se sobre o que não sabem.
  • Os maus falam de tudo com segurança, sem se importar com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom senso revela a fraude, se o Espírito se apresenta como esclarecido.
  • Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e se referem com precisão a fatos materiais que não podemos conhecer.
  • Os Espíritos bons podem fazer-nos pressentir as coisas futuras, quando esse conhecimento for útil, mas jamais precisam as datas.
  • Os Espíritos inferiores ou pseudo-sábios escondem sob frases empolgadas o vazio das idéias. Sua linguagem é freqüentemente pretensiosa, ridícula ou ainda obscura, a pretexto de parecer profunda.
  • Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram.

A inteligência está longe de ser um sinal seguro de superioridade, porque a inteligência e a moral nem sempre andam juntas. Um Espírito pode ser bom, afável e ter conhecimentos limitados, enquanto um Espírito inteligente e instruído pode ser moralmente bastante inferior.

É por isso que não se pode receber uma comunicação sem proceder rigoroso exame, atentando para critérios de racionalidade e coerência. Diante disto, Espíritos mistificadores, brincalhões, ao perceber que não conseguem enganar, desistem.

Os Espíritos da codificação nos dizem que devemos sempre analisar, e, em caso de dúvidas, perguntar ao Espírito. Os bons não se inquietam nem se ofendem.

Gostaria de encerrar lendo uma comunicação mediúnica feita por psicografia.

“Que a paz de Jesus esteja conosco.

Amados , faço parte da equipe de resgate do grande terremoto do Nepal.

Venho em nome da equipe pedir , rogar a todos que puderem ajudar nas irradiações , precisamos de muita oração.

Precisamos lutar muito com as trevas. Estão na espreita, querendo resgatar os irmãos em desespero, em puro desequilíbrio.

É muita energia negativa pegando e arrematando tudo o que encontra pela frente. Fora a fome, a sede, as desarmonias e as pestes que estão tomando conta do local.

Venho em nome do Criador pedir suas valiosas ajudas.

Que Deus esteja sempre com vocês.

Tudo o que está acontecendo de ruim nesse momento é puro reflexo.

Grande abraço.”

Gabriel. (29 de abril de 2015)

 

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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