O tapa do Papa: Ele continua sendo Pop

Marcelo Henrique

As fotos e o vídeo correram o mundo. E os escandalizados de plantão já usam da (conhecida) blasfêmia para com o “homem do povo de Deus”. E vociferam suas críticas para dizer que o Sumo Sacerdote, o Eleito da Igreja, o Sagrado Pontífice não poderia agir daquela maneira.

Que deveria guardar a sua “aura” de santidade, oferecendo a outra face, e agindo com benevolência diante da atitude inconveniente de uma fiel, em praça pública. Como escreveu e cantou Gessinger, “o papa é pop e o pop não poupa ninguém”.

Bergoglio já se pronunciou oficialmente e já pediu escusas à impertinente mulher por sua atitude-efeito. Na verdade, tanto as fotos como o vídeo são patentes em demonstrar que Francesco apenas tentou se livrar do incômodo e da dor que sentiu, ao mover seu corpo para uma direção e ser puxado com relativa força, para outro. Trata-se de um homem de 84 anos, forte, saudável, mas um idoso que merece respeito e cuidado, portanto.

Estou com Francesco. Não há nada de mais em sua atitude de defesa. Ele é um ser humano, um Espírito em marcha e não um santo, sob padrões religiosos. Para nós, espíritas, é um indivíduo que, notadamente, tem uma missão relevante no mundo contemporâneo e vem demonstrando muita capacidade para lidar com diversificados temas e conduzir a Igreja de Roma a um retorno à mensagem originária de Jesus, reformando as vetustas instituições de que participa e, por extensão, a própria Sociedade.

 

Aliás, o próprio Homem de Nazaré, manso, pacífico, fraterno, também teve, segundo os relatos do próprio Evangelho, seus momentos mais incisivos. Lembremos da expulsão dos vendilhões do Templo, episódio da cristandade que, até hoje, divide os cristãos entre sua aceitação com real e a suposição de que a natureza do filho de Maria e José jamais agiria daquela maneira. Por que, não?

O fanatismo e a fé cega, por vezes, tanto da mulher em questão quanto de muitos homens e mulheres de nosso tempo só podem ser vencidos e superados pela vontade pessoal, no sentido da descoberta das verdades espirituais que decorrem das Leis Divinas. Tarefa pessoal e inafastável, a partir do uso do livre-arbítrio.

 

Ser pop como o Papa dificulta, ainda mais, as coisas…

 

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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