O vício ou o viciado?

 O vício ou o viciado? Que vícios?  O que importa?
A quem Jesus acolheria? E Kardec?

Marcelo Henrique

“[…] mas só tereis verdadeiramente o direito de vos dizer civilizado quando houveres banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando passardes a viver como irmãos, praticando a caridade cristã”.
Resposta dos espíritos ao item 793, de “O livro dos espíritos”.

Demorei algum tempo para sedimentar minhas ideias e produzir esse ensaio. Mas ele não é póstumo nem defasado, tampouco oportunista nem demodê, assim como não deve ser encarado como definitivo ou única verdade. Pode ser encarado como um libelo contra a hipocrisia ou uma ode ao Amor. Ou, por fim, uma provocação ainda que no âmbito do “bom combate”. Fique você, leitor, à vontade para aderir ou criticar, parcial ou totalmente e mesmo para efetuar seus julgamentos, seja ao texto seja ao autor, pois este último já ocupa posições destacadas entre os “índexes” conhecidos (ou ocultos), sem que isso represente qualquer ameaça ou impedimento para que o mesmo continue em sua verve espiritista rumo ao melhor entendimento das coisas e das situações da vida.

Nada mais me importa, a não ser o direito de debater…

Falemos dos vícios. Dos materiais, químicos, alucinógenos, bem como dos de personalidade, conduta ou caráter. Ah, já sei, você não quer falar destes últimos, porque o espelho pode ser criterioso e agudo demais, ao se enxergar naquilo que enxergas no outro, não é?

Comecemos, então, pelo mais fácil.

Comida, bebida, remédios, alucinógenos…

Quem não se refastela diante de um belo prato da culinária nacional/internacional, artesanal ou industrial? Quem sabe o “exato” momento de parar, quando os olhos pedem, mas o estômago (e adjacências) já repelem? Dos “sete pecados capitais”, reconhecidos neste orbe, o da gula é quase sempre o mais exaltado e o menos anatematizado. Ou não? Acabamos de deixar o roteiro das festas de fim de ano, onde, creia-me você leitor, nenhum de nós (ou quase) passou incólume. Não é? Sempre havia um quitute provocativo, uma especiaria diferente, ou um cheiro irresistível aliado à beleza das formas e a contextura das cores… Quem soube o exato e oportuno momento de parar?

E o que dizer das bebidas? As não-alcoólicas, como os químicos refrigerantes, tão inofensivos e rentáveis quanto viciantes e causadores de dependência. Só alguns “matam” a sede, seja nas caras e cativantes propagandas, seja na vida real, em que cedemos aos “impulsos” mais sacanas de nosso cérebro-organismo.

E, é claro, as provocativas, com base nos alcoólicos e outras substâncias que constam dos rótulos, com seus nomes extravagantes, que não perdemos tempo sequer para ler, que dirá para pesquisar sobre sua composição e efeitos. Das mais baratas às mais caras. De cores, texturas, odores e sensações as mais díspares. Quem bebe sempre diz: – Eu sei QUANDO parar! Mas nem sempre é assim, seja NAQUELE dia, seja no curso dos dias…

E o fumo? O cigarro, o charuto, o cachimbo, o narguilé? Desvinculamo-nos da provocação das propagandas, de vídeos, outdoors e cartazes ou luminosos – as mais criativas e sensuais, ao lado das de cervejas – pela proibição vigente, ainda que em relação às bebidas, não haja a mesma restrição que há para os primeiros. O que dizer das estatísticas de consumo, dos números comerciais e dos lucros das fabricantes? A consciência de alguns em relação aos malefícios – que a mesma norma legal obrigou a estampar fotos de seres mutilados ou órgãos somáticos destruídos pela ação continuada dos fumígenos – tem sido suficientemente decisivo para brecar o desejo e a dependência?

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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