Parapolítica: o Umbral 70 anos depois, por Wilson Ferreira

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Pretos velhos, índios tupinambás e caboclos falando em mecânica quântica, nanotecnologia espiritual, clonagens astrais e denunciando a manipulação dessas tecnologias em sofisticados laboratórios comandados por cientistas emigrados da Terra desde a Segunda Guerra Mundial, com sombrios propósitos de influência nos bastidores da política terrestre. Esse é o Umbral (região espiritual limítrofe ao planeta) 70 anos depois das descrições feitas por André Luiz na série clássica espírita “Nosso Lar”. Quem revela isso é o espírito Ângelo Inácio através da obra do médium mineiro Robson Pinheiro. Lá como cá, tecnologias eletrônicas e digitais são usadas como recursos de engenharia para manipular climas de opinião e atingir “endereços vibratórios” (ou “receptores” como fala a Teoria da Comunicação). É a “parapolítica”, nova abordagem interdisciplinar (ou interdimensional) dos fenômenos da Política e Comunicação.

A certa altura do programa Roda Viva da TV Cultura/SP a jornalista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde interpelou o entrevistado Almino Afonso (ministro da pasta do trabalho no governo João Goulart – 1962-64) a dar os nomes daqueles que traíram Jango dentro da base político-parlamentar, fragilizando-o diante da eminência do golpe militar. “A maioria deles… eu enfrentaria problemas terríveis em um plano que não sei absolutamente conviver, um plano de outra dimensão da vida (ele fala gesticulando as mãos para o alto)… é muito complicado, e eles quase todos estão mortos… imagina quantos no conjunto já morreram. Sou um dos raríssimos ministros que ainda está vivo”, responde Almino Afonso recusando a dar “nomes aos bois” como se referiu a jornalista.

Curiosa resposta que passou despercebida na entrevista, demonstrando não apenas o caráter moral (se nega a delatar pessoas que já não estão entre nós) como também um misto de respeito e temor sobre “a outra dimensão da vida” e “problemas terríveis” que isso poderia lhe custar – poderíamos especular que o seu temor estaria além da punição moral, mas o temor de os seus inimigos estarem à espera dele na “outra dimensão da vida”. Partindo de um político, um tipo de pessoa marcada pela índole pragmática e com interesses bem terrenos, é uma declaração a princípio surpreendente. Mas será mesmo?

Codó, Maranhão: terreiros frequentados por políticos de todo o País

Na grande mídia, aqui e ali temos informações esparsas sobre as relações da Política e dos políticos com o mundo que poderíamos chamar genericamente de “espiritual”. Quando matérias abordam essas conexões, é sempre em um sentido de curiosidade folclórica, bizarrice antropológica ou de mera contundência para demonstrar o quanto a classe política é desequilibrada. Casos como as relações entre a família Sarney com o conhecido pai de santo Bita do Barão, de Codó no Maranhão, cidade conhecida pelos 300 terreiros frequentados por políticos de todo o País; ou então as histórias de que tambores soaram dias e noites por uma semana em 1985 quando Tancredo Neves morreu deixando a presidência para o vice José Sarney; ou ainda o presidente Juscelino Kubitschek que não dava um passo sem consultar uma vidente mineira.

Parapolítica e Princípio da Correspondência

Mas a aproximação entre a política terrena e a “outra dimensão da vida” é mais estreita e complexa do que se supõe. Para entendermos essa dimensão alternativa dos fenômenos da política (correlações de forças tanto materiais como espirituais existentes entre governos, militares, finanças e os diversos grupos de pressão da sociedade) é necessário nos aprofundarmos naquilo que podemos chamar de “parapolítica” ( de “para” – “junto a”, “a margem de”): partindo do Princípio da Correspondência esotérico (“o que está em cima é como está embaixo, e o que está embaixo é como está em cima”) a Política deixaria de ser vista apenas como uma atividade unidimensional terrena para ser um campo de lutas de mútuas influências entre os mundos espiritual e físico. E o princípio que unificaria esses mundos seria o da ascensão simbólica por Poder.

Livro clássico da parapolítica

Talvez o engenheiro químico, membro da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial, jornalista e escritor francês Jacques Bergier tenha sido aquele que mais se aproximou dessa abordagem no livro O Despertar dos Mágicos escrito em parceria com Louis Pauwels em 1960. Além de tratar de temas do chamado realismo fantástico que mais tarde seriam a pauta da revista Planète na França (e Planeta no Brasil), com um farto números de dados, referencias e documentos aborda como o nazismo foi muito mais do que um movimento político: originado em sociedade fechadas ocultistas, seus líderes pertenciam a um mundo de videntes, médiuns, paranormais e astrólogos. Seus objetivos iam além do plano militar e político, mas, principalmente, esotérico.

A obra Nosso Lar e o moderno hermetismo

Foi com o moderno hermetismo de Madame Blavatsky e Charles Leadbeater no século XIX que o mundo espiritual começou a ser visto com outra dinâmica: dimensões que se interpenetram e se influenciam mutuamente de tal maneira que a divisão entre “vivos” e “mortos” passou a ser meramente formal, como apenas “diferentes estados e agregação da matéria”.

Essa visão concretiza-se nas descrições de André Luiz na obra Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier em 1944, onde temos uma descrição do que ocorria no plano espiritual perto de eclodir a Segunda Guerra Mundial: “falanges obscuras do Umbral amontoam-se sobre a Europa impulsionando a mente humana para crimes”. A guerra travada em dois planos: o físico e o espiritual.

As descrições feitas há 70 anos pela série Nosso Lar ainda hoje são impactantes ao mostrar como as chamadas “forças das trevas” das regiões espirituais limítrofes em termos vibratórios com a Terra (o Umbral) eram organizações que constituíam cidades, fortalezas e exércitos disciplinados com um objetivo: conquistar corações e mentes dos encarnados para direcionar os destinos do planeta.

A influência espiritual das legiões do Umbral na Segunda Guerra Mundial

O momento histórico era o da Segunda Guerra Mundial e essas forças manipulavam substâncias etéreas como as “formas-pensamentos” (termo teosófico para designar como o pensamento humano projeto no astral formas plásticas até formar egrégoras que, em muitos casos, se autonomizam ganhando força própria) caóticas sobre o continente europeu como uma nuvem magneticamente negativa. Se a propaganda Nazi manipulava midiaticamente essas energias, no plano astral elas eram potencializadas como pensamentos viciosos e obsessivos na psicoesfera daquele continente.

As legiões das sombras

“Nunca vimos um centro espírita se reunir com o objetivo de fazer desobsessões para os repressentantes brasileiros no Congresso Nacional, para os nossos governadores ou para os representantes das Nações Unidas. Ninguém fez uma reunião mediúnica para saber quais obsessores estão envolvendo o conflito armado na Palestina”. Quem faz essa provocação é o médium mineiro Robson Pinheiro.  Em livros como Aruanda e a trilogia Legião das Sombras pelo espírito de Ângelo Inácio oferece importantes descrições pormenorizadas de como as chamadas “legiões das trevas” agem nos bastidores do poder mundial e nacional.

Após 70 anos das descrições de André Luiz em Nosso Lar sobre as técnicas e estratégias de ação astral nas decisões dos encarnados aqui na Terra, Ângelo Inácio mostra como as trevas atualizaram seus mecanismos e métodos de influenciação por meio de tecnologias neurosensoriais como o uso da tradicional obsessão espiritual por meio de nano tecnologias astrais, acumuladores energéticos mentais implantados diretamente no sistema nervoso periespiritual das vítimas por cientistas, a criação de dispositivos análogos a chips no campo energético e clonagens espirituais em modernos laboratórios de pesquisa de genética astral.

Fonte: Jornal GNN

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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