Pensamento como ferramenta para a Paz entre os Seres

L.E. 833: “Haverá no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?”

“No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o vôo, porém não aniquila-lo.”

Por Inny Buch

Podemos afirmar ser o pensamento a exteriorização da força mental. Esta exteriorização não se fará apenas através de palavras, mas também por todo o comportamento da criatura humana.

Já escutamos diversas vezes a expressão: “Você é o que você pensa.”

Se a ciência ainda tem uma visão limitada sobre o assunto – afirma ser o pensamento o produto do cérebro – acaba se embaraçando quando tenta explicar, por exemplo, a origem das ideias inatas, ou dos “dons” que certas crianças apresentam; a Doutrina Espírita tem a visão mais ampliada e mais aprofundada, já que afirma que tanto a mente, memória, razão e consequentemente o pensamento são atributos do Espírito. Lemos por exemplo no Livro dos Espíritos, na questão 24, “A inteligência é um atributo essencial do Espírito (…)”

O cérebro seria somente o órgão de exteriorização do pensamento da criatura encarnada. Agora entendemos também quando se pode deter o vôo do pensamento. É precisamente quando este órgão de exteriorização, o cérebro físico, está danificado.

Pianistas

Por mais que o Espírito tente, ele não será capaz de colocar totalmente inteligível o seu pensamento para outras pessoas. Tentando uma analogia diríamos que por melhor e mais famoso fosse o pianista, não conseguiria tirar de um piano desafinado, ou com falta de bemóis e sustenidos uma melodia harmônica.

As aquisições, as experiências de vidas passadas – que lhe são as bagagens de hoje – darão a forma como a pessoa pensa atualmente. É por isso que pessoas de pouca vivência, ou que não conseguiram vivenciar as lições do passado, se irritam, se magoam, reagem, brigam com mais facilidade, pois ainda lhes falta o amadurecimento. O inverso também é verdadeiro. Há aquelas que antes de reagirem a um estímulo, pensam e refletem para então agirem com mais bom senso. É o aprendizado através das eras que dá à criatura mais compreensão, mais aceitação, mais equilíbrio.

Atenção na direção

Será que você já pensou alguma vez seriamente no teor dos pensamentos? De que realmente se gosta, se deseja? De como se encara a vida, ou o que ela representa?

Vamos encontrar aqui um problema: a criatura é a autora do pensamento, mas cada vez mais parece que este pensamento vai para onde quer e, além disto, carrega a pessoa junto. Vemos que se tem pouca disciplina na hora de uma concentração. Tem-se de ter bem presente: a pessoa não é o pensamento, portanto este não deve dirigi-la; mas sim deve ser dirigido por ela. O melhor exercício para tal é a disciplina e o exercício da atenção.

Encontramos também o que é chamado de “clichê mental”, forma de pensamento, ou como diz Kardec em A Gênese, capítulo XIV, item XV, a “fotografia mental”.

Isto acontece quando a criatura pensa continuamente e firmemente em certas coisas, acontecimentos ou pessoas. Há então uma formação de imagem que se plasma e se torna uma forma de pensamento. É assim, por exemplo, que os Espíritos nos reconhecem. Não é o que dizemos (muitas vezes somos mentirosos), mas o que pensamos.

Ernesto Bozzano em seu livro Pensamento e Vontade afirma ser “o pensamento e a vontade forças plásticas e organizadoras.” Isto quer dizer que se pode criar através do pensamento. Este plasma no fluido cósmico (que é a matéria) forma imagens. Será que agora conseguiremos entender o “olho gordo” ou “mau olhado”?

 

Também poderemos afirmar neste sentido o poder da oração. Como etmologicamente a palavra significa “estar de boca aberta” vemos que quem ora consegue fazer o silêncio interior suficiente colocando-se em sintonia com o plano espiritual para receber dele as boas influências para seu dia a dia.

O controle mental depende do esforço de cada um, da vontade e da disciplina. É uma aprendizagem. Muito bem colocado por Joanna de Ângelis: “Quando sintas que o desequilíbrio te sitia a casa mental e estás a um passo da queda, recolhe-te ao silêncio e reabastece-te de paz. Perceberás que o vigor e a coragem serão restabelecidos e a harmonia tomará conta dos teus pensamentos, palavras e ações.”

 

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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