“Somos um feixe de amor no centro espírita”, diz a palestrante no encerramento da jornada.

Na última noite, o frio e a chuva não impediram que cerca de 70 pessoas assistissem atentas Evanir Girardi, a Nega, de Timbó, desafiar o medo, as “ trevas” e os obsessores, e emocionar a todos com sua vibração otimista e franca.

Um chamamento a espíritas, simpatizantes e frequentadores de Casa Espírita. Foi esta a tônica da última noite da jornada do conhecimento, que teve como palestrante Evanir Girardi, chamada carinhosamente de Nega, dirigente da Casa Espírita Nosso Lar, de Timbó, em sua palestra “O papel da Casa Espírita na Transição Planetária”. Citando vários expoentes da doutrina – entre eles Manoel Philomeno de Miranda, Divaldo Franco, Joanna de Ângelis, Bezerra de Menezes – destacou a falta de conhecimento em relação ao significado do que é um Centro Espírita, em suas dimensões físicas e espirituais. Destacou uma reflexão de Herculano Pires:

Se os espíritas soubessem o que é Centro Espírita, quais são realmente as suas funções e significado, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra.

Para Nega, inverter esta realidade de desconhecimento começa por se enxergar do que, de fato, é composta uma Casa Espírita: “Não são as paredes, não são as cadeiras, muito menos o serviço de som, mas os trabalhadores, desde o que entrega água energizada no final da palestra, ao presidente; são os que representam e são, de fato, a instituição.”

Mas por qual motivo isso é importante para as transições planetárias por que passam os planetas do Universo, que não param de ocorrer? Perguntou a palestrante, para um público de 70 pessoas atentas que estiveram presentes na noite fria e chuvosa de segunda-feira, 30 de julho. Porque é no Centro Espírita que consolamos e somos consolados, refletiu Evanir, ao citar alguns motivos pelos quais as pessoas chegam a essas instituições.

“Chegamos mutilados ao Centro, na maioria das vezes com o coração ferido, ou um vazio interno; chegamos, assistimos às palestras, começamos a estudar e começamos a ter uma outra visão da realidade.”

O passo seguinte, para a palestrante, é nos interessarmos pelos pequenos trabalhos, depois os maiores, retribuindo aquilo que recebemos. E citou o poema que abre a obra Centro espírita, de Herculano Pires:

As sandálias de Jesus
nunca deixaram de andar,
sozinhas, cheias de luz,
para as trevas espantar.
Planejamento divino

Não existem transições sem pessoas curadas de seus males interiores. Não existem mudanças sem de fato sabermos qual o significado de estarmos nesta trajetória. Não existem novos mundos sem assimilarmos por completo o conhecimento, que só vem por meio do aprofundamento nos pilares da Doutrina Espírita – “nossa verdadeira bússola”, afirmou Nega. “Se temos dúvidas, Kardec. Se não compreendermos, Kardec. Se queremos saber mais, Kardec”. Disse com todas as letras Evanir, reafirmando a força inquebrantável da Codificação.

Esta força do saber que emana da Doutrina com a consciência do planejamento divino de cada jornada espiritual nos traz o destemor, a certeza de que estamos amparados. “Haroldo Dutra sempre nos diz que não devemos esquecer que nada está descontrolado, porque o controle quem exerce é Jesus, nosso Mestre, que orienta nossos passos e nos convocou bem antes de reencarnamos, bem antes de estarmos sentados assistindo a uma expositiva em uma Casa Espírita.”, disse a palestrante, enfaticamente.

Foi este um dos momentos mais emocionantes da noite, na citação de trechos do texto do espírito Erasto, “Missão dos espíritas”, em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

Que importam as ciladas que armarem no vosso caminho? Somente os lobos caem nas armadilhas de lobos, pois o pastor saberá defender as suas ovelhas contra os carrascos imoladores.
(…)
Ide, pois, levando a palavra divina aos grandes, que a desdenharão; aos sábios, que desejarão prová-la; e aos simples e pequeninos, que a aceitarão, pois principalmente entre os mártires do trabalho, nesta expiação terrena, encontrareis entusiasmo e fé.
(…)
Arme-se de decisão e coragem a vossa falange! Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai.
(…)
Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu. Mas, cuidado, que entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho, e buscai a verdade.

Destemor

“E que venham os obsessores!”, clamou nega com determinação e amor indestrutível, para uma plateia com o coração tocado, explicando que a primeira responsabilidade que temos é com os amigos desencarnados, que nos acompanham, nos testam o tempo inteiro e também assimilam o nosso progresso.

Mas esta coragem, para a palestrante, só surge com um desejo firme de mudança, com a consciência de que, se não somos perfeitos, temos que ter uma disciplina muito maior, pois o que irá prevalecer é a nossa luz como essência espiritual.

Esta consciência da força interior, para Evanir, só prevalece de fato com o estudo, a reflexão, os grupos de estudo, principalmente, que são efetivados na Casa Espírita, nossa principal escola, porque nos oferecem suporte para esta e outras vidas. “É nos grupos de estudos que conhecemos, que aprendemos a respeitar e compreender diferenças, admirar qualidades e aceitar as imperfeições e conquistas de todos, nossas e dos participantes.”, disse Nega, enfatizando a figura de linguagem “feixe”, bem utilizada na situação, porque sua acepção pode ser união de “elementos da mesma categoria”, ou mesmo um “conjunto de raios luminosos que partem da mesma fonte” e, ainda, na Física, “um agrupamento de partículas elétricas resultante da interação dos raios cósmicos e da matéria.” Ela diz:

Imagine a casa espírita com seus grupos de estudo como um feixe, um laço, onde o amor maior nos une.

Ao final da palestra, Evanir emocionou novamente os presentes com um audiovisual com cenas de um filme que retrata a vida de Jesus, tendo como tema a música de “O Homem”, de Roberto Carlos; mensagem que ecoou no íntimo de todos os participantes e trouxe um encerramento digno da IV Jornada de Conhecimento da Nova Era:

Sua voz falava só de amor
Todo gesto seu era de amor
E paz, Ele trazia no coração.
Ele pelos campos caminhou
Subiu as montanhas e falou do amor maior.
Fez a luz brilhar na escuridão
O sol nascer em cada coração que compreendeu
Que além da vida que se tem
Existe uma outra vida além e assim…
O renascer, morrer não é o fim.

 Assista o vídeo:

 

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.