Viva Kardec: a lição preciosa dos Prolegômenos

A Filosofia Espírita está a anos-luz de distanciamento do chamado “argumento de autoridade”.

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Marcelo Henrique

“Este livro é a coleção de seus [dos Espíritos] ensinamentos; foi escrito por ordem e sob o ditado de Espíritos Superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos preconceitos do espírito de sistema” Allan Kardec (“Prolegômenos”).

Ao escrever “Prolegômenos” – eu aposto que você, na primeira ou outras vezes que leu este termo, ficou embasbacado – Kardec sentencia, ao final da sua preciosa “Introdução” do livro primeiro, a obra-prima da Codificação (32 obras), “O livro dos Espíritos”, a real proposta e o objetivo da Filosofia Espírita: a de jamais adotar o “espírito de sistema” – como as religiões em geral, que se encastelam no “poder temporal”, tornando-o absoluto e pertinente.

Os Prolegômenos acabam sendo um “reforço”, já que significam, conforme o léxico, o “amplo texto introdutório que contém as noções preliminares necessárias à compreensão de um livro”.

 

O texto, sim, é de Kardec. Mas você verá as assinaturas, exemplificativamente, de João Evangelista, Agostinho de Hipona, Vicente de Paulo, Luís IX – rei de França -, Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Benjamin Franklin e Emanuel Swedemborg. As demais assinaturas, economicamente, Rivail substitui por “etc., etc.”, dando a entender o numeroso quantitativo de colaboradores da obra espiritual que ele coordenou.

Herculano Pires, em sua primorosa (para nós a melhor) tradução do livro primeiro, faz um importante aporte acerca da AUTORIA, da IDENTIDADE e da AUTENTICIDADE dos Espíritos (comunicantes), remetendo o estudioso atento da Doutrina, às considerações pontuadas pelo próprio Codificador, no item XII da própria introdução desta obra: “Da Identificação dos Espíritos”.
Por fim, conforme se depreende da frase que está no banner e abre este nosso singelo artigo, não há Espiritismo sem Liberdade (de opinião e de expressão), já que o livre pensamento é característica e condição sine qua non para que cada indivíduo (Espírito) busque entender, de per si e com esforço próprio, cada uma das linhas que, em nome da Filosofia Espírita, se apresente.

Referida filosofia é, ainda e necessariamente, racional e não se ampara em dogmas, mitos, misticismo e alegorias religiosas. Distancia-se de todos esses, por questões de origem e de desiderato.

Todas as vezes em que alguém, pessoa ou instituição, afirmar peremptoriamente algo, impondo sua crença pessoal ou análise particular aos outros, com “argumento de autoridade”, a Filosofia Espírita disto estará a anos-luz de distanciamento.

Viva Kardec!

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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+ Marcelo Henrique