Cérebro como um organismo vivo
Nosso cérebro precisa, inquestionavelmente, ser visto como um organismo vivo.
Nubor Orlando Facure
Organização anatômica
Um neurônio sensitivo em contato com um neurônio motor, estão capacitados a formar um arco reflexo que responde a determinados estímulos – uma picada de agulha me faz retirar a mão.
Um grupo de milhares de neurônios formam uma rede de conexões com capacidade para organizar um comportamento motor – essa rede nos núcleos da base me permite andar automaticamente por quilômetros.
Um conjunto de redes neurais organizam sistemas que nos permitem expressar uma linguagem falada, expressar meu pensamento e compreender o que me falam. O sistema visual me permite perceber a luz que irradia dos objetos e me permite criar as imagens, o sistema autônomo mantém o coração batendo, minha pressão estável, os pulmões respirando, minha digestão e minha capacidade de urinar. O sistema límbico controla todo meu comportamento afetivo, meu humor, meus afetos e minhas emoções. O sistema executivo me permite fazer escolhas, organizar minhas prioridades, focar nas minhas metas e realizar meus sonhos.
Organização psíquica.
Hoje é aceito que para todo fenômeno psíquico existe um correspondente biológico no cérebro. O inverso é também, em parte, verdadeiro. Uma atividade física no cérebro se acompanha de uma repercussão psicológica.
Fenômenos psíquicos diversos como o medo, a raiva, a fome, a paixão, o prazer, a dúvida, a necessidade de conferir, a sensação de ser perseguido, a disposição de ajudar, a sedução, a chantagem, a religiosidade, o cuidado com os filhos, a fidelidade monogâmica, a sensação de estar fora do corpo, são atividades orgânicas, processados pela mente, mas, são processos que ocorrem no cérebro.
A neurociência que conhece muito bem essas áreas, pode manipular essas regiões, estimular quimicamente ou eletricamente, ativar suas funções ou bloquear seus efeitos.
Nosso cérebro precisa, inquestionavelmente, ser visto como um organismo vivo.
Você pode não acreditar, mas, perturbações em determinadas áreas pode lhe fazer falar palavrões que nunca falou, brigar com as pessoas que você ama, comprar coisas que você não precisa ou sair de casa sem o compromisso de voltar.
Organização espiritual
O paradigma espiritualista propõe a existência do Espírito que toma nossas decisões, escolhe nossos comportamentos, e direciona toda atividade psíquica que nos torna seres humanos – nessa hipótese, o cérebro é apenas um instrumento que nada faz sem a presença do Espírito – criando um conflito insolúvel com o materialismo.
A medida que avança as neurociências fica claro que podemos agir diretamente sobre o cérebro obtendo respostas motoras, sensitivas, emocionais, comportamentais, despertar memórias, criar imagens visuais.
A relação cérebro-mente (como sinônimo de Espírito).
O cérebro sente e reage diante de um objeto ou uma pessoa
O Espírito dá significado à sensação e faz escolhas a favor ou contra.
O cérebro revela necessidades ou desejos.
O Espírito aceita ou recusa conforme seu entendimento ético e moral.
Onde o cérebro recusa, o Espírito pode acolher.
Onde o cérebro agride, o Espírito pacifica.
Onde o cérebro se amedronta, o espírito pode enfrentar o desafio.
Quando o cérebro descansa o Espírito trabalha.