Crônica: O tempo

Marcelo Henrique

Leio, sem pressa, o grafite no muro…

O tempo… esse enigmático parceiro de todos os instantes…

Logo me pego lembrando o que ouvi – e ainda ouço – nas instituições espíritas (e, fora delas, também), num quase-lamento sobre o que há na vida, o que dela (a vida) recebemos e o que nos virá, a seguir, no curso dos segundos que virão…

Invariavelmente, as pessoas esperam “muito” do tempo. Mas não se motivam em buscar O tempo… Ou seja, aguardam (ainda que sem muita paciência, muitos), que algo “novo” aconteça e revolucione o viver. E, uma parcela bem considerável desses “muitos”, ainda acredita (mesmo que sem muito raciocínio aplicado a esta “crença”) que as coisas irão se formar por obra de alguma mágica do Cosmo, ou alguma ação de anjos, arcanjos, serafins, espíritos (superiores) ou, até, Deus, o (ainda) desconhecido artífice de tudo o que aí está…

O desconhecido Arquiteto Universal não é – nem nunca será um humanoide, feito à “nossa” imagem e semelhança. Como costumeiramente incluo em minhas falas – espíritas, jurídicas ou não – Deus não joga dados e não é “alguém” com as variações de humor de nós, seres espirituais que ele criou. Ele não sorri ou se zanga; não elogia nem admoesta; não premia, sequer castiga; não perdoa, nem amaldiçoa, não governa ou desgoverna, não permite nem proíbe. São elas, as leis, do Infinito, essas sim idealizadas e criadas por ele (que se autogestionam por um mecanismo perfeito de administração e execução) que nos alcançam nos maiores e nos mínimos atos.

O tempo, assim, não é algo “controlado” pelos excelsos seres iluminados nem pelo próprio “Pai”. É a sequência natural – leia-se a natureza infinita do Universo – quem determina a sua “incidência” sobre as nossas realidades.

É por isso que a frase acima, escrita por algum transeunte que “precisa” do tempo para justificar suas atitudes ou dele espera a “salvação” é a mais pura realidade. O tempo tem o “seu” tempo. Mas ele não depende de crenças, religião, fé, expectativas, recursos energéticos ou psíquicos. Ele só depende de cada um de nós, nos atos e reatos de nosso cotidiano na Eternidade…

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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+ Marcelo Henrique