Ecologia Social e a percepção do viver em paz com os outros

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Há cerca de 190 mil anos o homo sapiens sapiens, ou homo sapiens moderno, espécie a qual pertencemos, se constituiu por meio do grupo. Assim como outros animais que vivem agrupados, os primeiros seres humanos só conseguiram sobreviver nas difíceis condições do mundo que os cercava porque contaram com o apoio e a solidariedade do grupo a que pertenciam. Essa dependência do indivíduo em relação ao grupo teve início no momento em que surgiram os primeiros seres humanos e continua até hoje.

A ecologia exige de cada um de nós, uma consciência e uma vigilância constantes, se quisermos ser verdadeiros cidadãos do mundo em que vivemos, numa micro ou macrossociedade. Sendo assim, estaremos aptos a viver em paz com os outros, se despertarmos a paz dentro de nós, isto é, com os familiares, os amigos, e assim por diante.

Numa visão holística, Fritjof Capra, entende o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Essa percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, como indivíduos e sociedades estamos todos encaixados em processos cíclicos da natureza e, em última análise, somos dependentes desses processos.  Vejamos uma bicicleta; numa visão holística, significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Na visão ecológica da bicicleta inclui isso, mas acrescenta-lhe a percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social – de onde vêm as matérias-primas utilizadas nela, como foi fabricada, como o seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ela é usada, e assim por diante. Essa distinção entre “holístico” e “ecológico” é ainda mais importante quando falamos de sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio ambiente são muito mais vitais. 

Como Ecologia Social entende-se a inserção do ser humano e a sociedade dentro da natureza.

Para Leonardo Boff, a Ecologia Social, preocupa-se não apenas com o embelezamento da cidade, mas prioriza o saneamento básico, uma boa rede escolar e um serviço de saúde decente. A injustiça social é uma violência contra o ser mais complexo e singular da criação que é o ser humano, homem e mulher. Ele é parte e parcela da natureza.

A Ecologia Social luta por um desenvolvimento sustentável, atendendo às carências básicas dos seres humanos sem sacrificar o capital natural da Terra e considera também as necessidades das gerações futuras que têm direito à satisfação e de herdarem uma Terra habitável com relações humanas minimamente justas.

O desenvolvimento da sociedade moderna movia-se dentro de dois infinitos, a dos recursos naturais e a do desenvolvimento rumo ao futuro. Esta suposição se revelou ilusória. Os recursos não são infinitos. A maioria está se acabando, principalmente a água potável e os combustíveis fósseis.

Carecemos de uma sociedade sustentável que encontra para si o desenvolvimento viável para as necessidades de todos. O bem-estar não pode ser apenas social, mas tem de ser também sociocósmico. Ele tem que atender aos demais seres da natureza, como a água, as plantas, os animais, os microrganismos, pois todos juntos constituem a comunidade planetária, na qual estamos inseridos, e sem os quais nós mesmos não viveríamos.

Murray Bookchin (1921-2006) escritor e fundador do Instituto de Ecologia Social, em Vermont – EUA coloca-nos que o cerne dos problemas ecológicos advém de enraizados problemas sociais. A hierarquia social e as classes sociais validam a nossa dominação do ambiente e suportam o sistema consumista. É crucialmente importante reconhecer que o crescimento industrial não resultava e não resulta de mudanças apenas na cultura – ainda menos do impacto da racionalidade científica e tecnológica sobre a sociedade. A noção de progresso, que uma vez já havia sido identificada como uma fé na maior cooperação e cuidado entre os seres humanos é agora cada vez mais identificada com maior competição e crescimento econômico irresponsável.

Parafraseando Pierre Weil, para viver em paz com os outros, como cidadãos do mundo – uma das questões da Ecologia Social – precisamos levar em consideração a paz na cultura que nos influencia o tempo todo, na vida social e política e, além disso, nos aspetos econômicos como exemplo, a nossa relação com o dinheiro.

A cultura de uma determinada sociedade é formada pelo conjunto de normas, de leis jurídicas, de costumes, de produções literárias e artísticas, de hábitos que a caracterizam. Diferenciando-se ou assemelhando-se umas das outras, ditando a maneira de ser de cada um dos seus cidadãos, ela dita o que deve ser considerado como normal. Mas nem tudo o que adota como normal é sadio e construtivo. Por exemplo, há muitos hábitos ou mesmo leis que ditam normas, mas são na realidade nocivos à saúde, à harmonia e à paz. 

Estar em vigilância constante e permanente, no cuidado da paz na cultura, exige do cidadão estar consciente dos aspetos em que ele mesmo se deixa levar pela cultura em que vive, decidindo se isto lhe convém do ponto de vista ético; ou naquilo que não lhe convém seguir do ponto de vista da ética poderá, se assim o quiser ou puder, atuar para modificar os aspetos nocivos da cultura.

As decisões tomadas com critérios, de forma harmoniosa e calma, sem esquecer que o viver e o conviver com o outro e para o outro tem o seu início na paz pessoal.

Fazemos parte de uma cultura em que, desde muito cedo na nossa infância, estamos estimulados a disputar vagas, prêmios, medalhas, lugares com os irmãos, os colegas de escola e depois de trabalho. Vivemos num mundo de competição que leva aos conflitos, violências e guerras.

Para se contribuir um mundo de paz, comecemos por examinar o quanto nos deixamos levar por esta competição desenfreada, muitas vezes sem necessidade. Poderemos viver mais em paz com os outros contribuindo para a paz social, diminuindo a nossa luta permanente pelo poder na família, no trabalho e até nos jogos esportivos.

Como cidadãos livres e conscientes, inseridos nessa macro sociedade, devemos tomar bastante cuidado, evitando se deixar embarcar em movimentos ideológicos criadores de hostilidade e conflitos violentos com tudo que não adere e não comunga com eles. Uma das causas de brigas entre pessoas ou grupos, e de guerras civis ou internacionais costuma ser a intolerância ideológica, seja ela de ordem política, religiosa ou filosófica.

Se quisermos ficar em paz com os outros, sejamos tolerantes com quem tiver opiniões políticas e religiosas ou outras ideias diferentes das nossas.

A disputa da posse de bens materiais, mais particularmente o dinheiro é uma das maiores fontes de conflito e de violência. Tomemos como exemplo, pessoas que procuram desesperadamente, a qualquer custo, tornarem-se ricos e poderosos, ou os que já se encontram nesta situação e querem mais e cada vez mais, numa busca infinita. O que eles têm em comum, é a perda da tranquilidade por causa de uma vida agitada, de trabalho, levando-os ao estresse e a doença. Elas fazem parte de um sistema econômico que os leva a consumir cada vez mais.

A perda desse silêncio interior pode-se considerar como motivo de toda essa preocupação exagerada pelo dinheiro, resultado de uma das emoções destrutivas como o apego e a possessividade.

O primeiro passo, para reversão deste quadro é o resgate da paz interior, ficando plenamente consciente de quais são as verdadeiras necessidades e qual o conforto essencial. Tentar descobrir, nesta busca insana, que metas exageradas foram traçadas e que na realidade, não é preciso tantos bens materiais para se viver feliz e em paz.

De acordo com Pierre Weil, se descobrirmos esse cidadão do mundo, em dormência dentro de nós, depois de um exame de consciência, podemos reduzir o nosso consumo ao mínimo necessário. E, desta forma contribuir, para diminuir o consumo e, através desta diminuição reduzir os estragos causados, pela destruição sistemática da vida no Planeta.

Podemos gastar o tempo com os que amamos!

Para entendermos esta consciência do viver e o conviver com os outros numa perspectiva da Ecologia Social, tomemos a família como exemplo de uma microssociedade.

Viver em paz com os outros é o viver e conviver com as criaturas humanas, no seio familiar, nos núcleos de amigos e demais pessoas – a macrossociedade – a humanidade na sua totalidade; torna-se possível se despertarmos a paz dentro de nós.

Viver em paz com os outros tem o seu início no seio familiar – a microssociedade – formado normalmente por mãe, pai, filhos, sogros, nora/genro, netos, avós, enteados, tios…

O relacionamento familiar, na sabedoria oriental, é um laboratório no qual os venenos do egoísmo, temperamento difícil e mau comportamento podem ser despejados no tubo de ensaio da paciência, para serem neutralizados e transformados pelo poder catalítico do amor e do constante esforço para comportar-se com nobreza.

As virtudes exercidas nos relacionamentos fora do lar, muitas vezes, sofrem um declínio no convívio com a família. É na família que residem nossas maiores alegrias, e também ali que moram nossas maiores preocupações. Um dos principais desafios de nossa vida é ampliar nossas qualidades divinas (morais) para uma convivência feliz e harmoniosa em nossa própria família.

Experiências mais intensas e enriquecedoras da vida é a participação dentro de uma família, sendo uma das mais difíceis. Diariamente, temos, em nosso lar, os testes necessários para nosso crescimento interior. Se soubermos aproveitá-los no sentido de ampliar nossa compreensão sobre nós mesmos, teremos dado um grande passo rumo ao nosso autoconhecimento.

Em nosso dia-a-dia, o conhecimento espiritual só tem sentido quando o integramos na forma de paciência, perseverança, autocontrole e alegria. Quando finalmente admitimos que a principal mudança seja interna, todos os relacionamentos sejam eles profissionais, sociais, ou familiares, começam a refletir a harmonia que encontramos dentro de nós, através do autoconhecimento.

Se procurarmos no dicionário, teremos vários conceitos sobre família. Ora, são pessoas do mesmo sangue, ora as que vivem numa mesma casa e possuem algum parentesco, ora é o grupo de indivíduos que professam o mesmo credo, a mesma profissão, com os interesses comuns.

Nas explicações sociológicas, a comunidade constituída por um homem e uma mulher com os ditos "laços matrimoniais", gerando filhos, são chamados de família nuclear.

O Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. IV – 19) traz-nos sobre o nascer de novo e a formação das famílias como sendo a união e a afeição que existe entre parentes são sinais da simpatia anterior que os aproximou. Por isso diz-se, ao falar de uma pessoa cujo caráter, gostos e inclinações não tem nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela não é da família. Ao dizer-se isso se declara uma verdade maior do que se acredita. Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos nas famílias, com duplo objetivo de servir de prova para uns e de meio de adiantamento para outros. Além disso, os maus melhoram-se pouco a pouco ao contato com os bons, e pelos cuidados que recebem. Seu caráter se suaviza, seus costumes se educam, as antipatias se apagam. É assim que se estabelece a união entre as diferentes categorias de Espíritos, como se estabelece na Terra entre as raças e povos.

Kardec, no Livro dos Espíritos, a pergunta 774 nos reporta sobre a educação, guarda e afeto da nossa prole e não ao abandono depois de certo tempo, como os animais.

 

“Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultados dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?”

“Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis porque os segundos constituem uma lei da natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos."

 

“A paz e a guerra começa no lar. Se quisermos que haja paz no mundo, comecemos por amar-nos uns aos outros no seio de nossas próprias famílias. Se quisermos semear alegria ao nosso redor, precisamos que toda família viva feliz…” (Madre Teresa de Calcutá).

A família é o núcleo primordial da sociedade, o ponto de partida do equilíbrio mundial. Se ‘alimentarmos’ corretamente, a nossa família, através de um consumo consciente de tolerância e respeito, colocando o amor como ingrediente principal, gerarão seres mais íntegros e harmoniosos, que constituirão a base de uma nova ordem social, pacífica e justa.

Em seu livro – Minha família, o mundo e eu Raul Teixeira comenta que a humanidade é a grande família terrena. Nela obtemos excelentes oportunidades para que o desenvolvamos as nossas humanas potencialidades, com vistas ao resgate que nos foi por Deus destinado.

É na Terra o ninho onde estamos operando significativa etapa de evolução, que nos cabe encontrar a maturidade moral de sentimos falta, de modo que elaboremos os dias de fraternidade e de paz que sonhamos.

É no chão do mundo que temos de plantar as sementes da nossa generosidade e da nossa melhor inteligência para que se alteiem as frontes do conhecimento e da responsabilidade, sob as quais todos acharão proteção e alento, e ajuntarão forças para se manterem no rumo da plenitude.

Qualquer que seja a situação que vivenciemos, assistamos ou de que tenhamos notícias no mundo, tanto as situações felizes quanto as desventuradas, será imprescindível entender que estamos no educandário e no reformatório de que todos temos necessidade, até que logremos corrigir as tortuosidades do nosso caráter e incrementar as nossas ações positivas.

Em comparação com o mundo, a nossa família biológica é a humanidade em miniatura – a micro humanidade.

Na convivência entre algumas pessoas ou algumas dezenas de pessoas temos ocasião de conviver e de contactar com os mais variados tipos de humanos, desde os mais repugnantes aos mais nobres de caráter.

Como no mundo temos no seio familiar gente honesta, mas também desonesta; trabalhadoras e preguiçosas e de má vontade. Gente alegre e jovial, opositores, de mal com o mundo, que não sorri; capaz de ver treva e lodo em tudo e todos. Parente que são modelos de virtudes e que sempre têm palavras de apoio, harmonia e incentivo ao bem. Por outro lado, temos consanguíneos que são a encarnação do vício, condenadores contumazes (teimosos) que jamais incentivam quem quer que seja; que nunca encontram uma única ocasião de dizer qualquer palavra de ternura ou de atenção para alguém, no seu circuito parental.

Uma das maiores dificuldades do ser humano é viver em grupo. Submeter suas vontades e colocar acima de sua individualidade as necessidades da comunidade.

Dalai Lama numa de suas metáforas, sobre o porco espinho ensina-nos: que durante a Era Glacial, quando o Globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil. Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito… Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava numa certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram à longa era glacial. Sobreviveram.

"Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos outros, maior passa a ser nosso senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz. Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou inseguranças que possamos ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer obstáculo que encontrarmos. Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida."

 

REFERÊNCIAS

1.   BOFF, Leonardo. Ecologia Social. Disponível em: <http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm>.  Acesso em: 30 abril 2012.

2.   _____________. Desafios Ecológicos do Fim do Milênio. Disponível em: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2001-002/desafios.htm>. Acesso em:7 maio 2012

3.   BOOKCHIN, Murray. Cresça ou Morra. Disponível em: <http://www.agenciaecobrasil.com.br/artigos/o-que-e-ecologia-social-murray-bookchin/>.  Acesso em: 30 abril 2012.

4.   BOTTOMORE, Thomas. In: MARQUÊS, J., MOLLÁ, D., SALCEDO, A sociedade humana. Rio de Janeiro: Salvat Editora do Brasil, 1979. p. 9. Coleção Biblioteca Salvat de Grandes Temas.

5.   FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO PARANÁ. Nunca te arrependerás. Disponível em: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1199&stat=3&palavras=NUNCATEARREPENDERÁS&tipo=t>. Acesso em:20 maio 2012

6.   GYATSO, Tenzin Porcos-Espinhos. Disponível em: <http://www.metaforas.com.br/metaforas/metafora04082000.asp>.  Acesso em: 20 maio 2012.

7.   KARDEC. Allan. O Livro dos Espíritos. 84 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira.2003. p. 361.

8.   _________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 121. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira.2003. p.91.

9.   TAHAN, Malba. Lendas do Céu e da Terra. 22. ed. Editora Record, p. 56

10. TEIXEIRA, J. Raul. Minha família, o mundo e eu. Pelo espírito Camilo. Niterói: Frater Livros Espíritas, 2011.p. 9-11

11. WEIL, Pierre. A arte de viver em paz consigo mesmo. Uma questão de ecologia interna. Brasília, – UNIPAZ – Universidade Holística Internacional de Brasília e da Fundação Cidade da Paz. Disponível em: <http://www.pierreweil.pro.br/Novas/Novas-61c.htm>. Acesso em: 30 abril 2012.

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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