Oportunidade do recomeço
Palestra proferida em 18/09/2014
Rose Mary Grebe
Podemos dizer que nossa vida é um recomeço contínuo. A cada dia somos chamados a recomeçar, sem que a gente se dê conta disto. Mas quando a dor nos bate à porta ficamos meio desatinados: não enxergamos, nossas reações ficam confusas, queremos que tudo passe.
Existe uma lenda que nos mostra um recomeço bastante doloroso. Pode ser para uma motivação.
A HISTÓRIA DE RENOVAÇÃO DA ÁGUIA
A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Vive cerca de 70 anos.
Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.
Aos 40 anos de idade, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta.
O bico, alongado e pontiagudo se curva, suas asas se tornam pesadas em função da grossura de suas penas, estão envelhecidas pelo tempo.
Já se passaram 40 anos do dia em que a jovem águia lançou vôo pela primeira vez.
Hoje, para a experiente águia, voar já é bem difícil!
Nessa situação a águia só tem duas alternativas:
Deixar-se morrer…ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá se recolher em um ninho que esteja próximo a um paredão.
Um local seguro de outros predadores e de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno.
Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o seu bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Pacientemente, espera o nascer de um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas.
Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas.
Após cinco meses, “Esta Renascida”, sai para o famoso vôo de renovação, certa da vitória e de estar preparada para viver, então, por mais 30 anos.
Autor: desconhecido (lenda)
A nossa vida é formada de momentos de difíceis decisões como a da águia.
Em alguns destes momentos o que nos surge é a vontade de fugir da vida, imaginando esta a melhor solução. A mente não consegue processar uma solução.
Sobre isto Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, nos fala no capítulo 12 do livro Filho de Deus:
“Sempre há que se começar a viver de novo. Uma decepção que parece matar as aspirações superiores; um insucesso que se afigura como um desastre total; um ser querido que morreu e deixou uma lacuna impreenchível; uma enfermidade cruel que esfacelou as resistências; um vício que, por pouco, não conduziu à loucura; um prejuízo financeiro que anulou todas as futuras aparentes possibilidades; uma traição que poderia ter-te levado ao suicídio, são apenas motivos para recomeçar de novo e nunca para se desistir de lutar.”
Quem de nós não passou ou esteve junto de alguém em uma dessas situações, tentando sobreviver ou tentando reerguer alguém?
Ainda é difícil entendermos que fazem parte do nosso estágio evolutivo, que esses fenômenos tão negativos são consequências ou ressarcimentos de débitos conquistados por nós mesmos em algum momento de nossas vidas, que na maioria das vezes são da atual encarnação.
Precisamos entender que a vida funciona dentro de leis perfeitas criadas pelo Pai, que nos criou para a perfeição relativa. Mas como na natureza a evolução não dá saltos, seguimos aprendendo. Mas muitas vezes nos comportamos na escola da vida como aqueles alunos teimosos, que aproveitam pouco ou mal a inteligência que têm. Aí são reprovados. Nós também, quando não aprendemos as lições, precisamos refazer. Se assim não fosse, com certeza seríamos mais despreocupados que somos.
Joanna de Ângelis continua dizendo que :
“Não houvesse esses fenômenos negativos na convivência humana, no atual estágio de desenvolvimento das criaturas, e os estímulos para o progresso e a libertação seriam menores.”
Nós sempre seremos herdeiros de nós mesmos, sempre teremos que aprender aquilo que não fizemos corretamente.
E Ricardo Di Bernardi, num Reformador nos esclarece de uma forma interessante:
“O destino constrói a cada momento de nossa existência. Se é verdade que hoje navegamos pelo rio da vida com a canoa que construímos com golpes do machado de nossos próprios atos, também é verdade que nos cabe remar no sentido que desejamos e sujeitando-nos a avançar lenta ou velozmente no rumo a ser alcançado.
DI BERNARDI. Reformador. Ago. 2005.
Di Bernardi nos fala que não existe carma estático, um destino indelevelmente já traçado. Segundo ele, a cada pensamento este nosso carma vai se modificando.
“Na trajetória da vida, os atos construtivos e amorosos além de conquistar a simpatia e o amparo ao nosso redor, geram vórtices energéticos superiores em nossa estrutura espiritual.” (DI Bernardi)
É com olhar nestes ensinamentos, nesta Doutrina esclarecedora que precisamos seguir, entendendo que ninguém sofre a penalidade de outrem, ninguém recolhe castigo de alguém, mas cada um responderá pelas faltas que cometeu, pois isto o tira do prumo da lei, afetando o todo.
Num texto de Renato Cardoso sobre Inteligência Espiritual (INTERNET) está escrito:
“Você estragou tudo. Perdeu o que investiu, perdeu o bom nome, perdeu relacionamentos. Seus erros lhe levaram para o buraco. Você tem dúvidas até se Deus lhe perdoará e dará uma nova chance. Tenho boas notícias e más notícias para você. A boa é que Deus está sempre pronto para lhe dar uma nova chance, desde que você sinceramente queira mudar. A má é que se você feriu outras pessoas, elas poderão não lhe dar uma nova chance. É o risco que você corre e o preço que poderá ter que pagar por seus erros."
Joanna De Ângelis, com psicografia de Divaldo Franco nos diz em seu livro “Filho de Deus que:
“A cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que ficou interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar prosseguimento. Parar uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural. Deixá-la ao abandono é falência moral.”
Nós sabemos que diante de qualquer situação de dor, de desespero, temos um tempo para digerir, é o nosso luto. Mas isto não pode durar uma vida inteira. Nós temos mecanismos de começar a mudar a situação, sendo o primeiro de todos a oração sincera, que ainda não compreendemos sua capacidade. Poderemos nos cercar de pessoas amigas, buscar ajuda nas diversas terapias existentes. O que não podemos no atual estágio, é permitir que o problema acabe conosco.
Todos nós que já vivemos um pouco mais temos a certeza de que nada é definitivo em nossas vidas, felicidade ou infelicidade, tudo acaba passando. O que precisamos momentos é decidir de que forma atacar a situação adversa, tendo sempre em mente que as reações positivas irão ao encontro de tudo o que é positivo, bom. Já as reações negativas farão o contrário e retornarão negativamente.
E Renato Cardoso nos mostra algumas estratégias que podem ser úteis a cada um de nós:
1. Pare de ficar lamentando o passado. A solução está no agora, não no que já aconteceu;
2. Corte o contato com pessoas que só lhe ajudam a afundar mais; busque ajuda daqueles que realmente querem lhe ajudar a se levantar;
3. Não tente consertar tudo de uma vez. Você levou tempo para estragar sua vida e levará tempo para reconstruí-la. Não espere resultados rápidos;
4. Comece a fazer o que é certo já, agora. Uma coisa, um passo, uma decisão. Mais tarde, mais um passo. Decisões corretas, mesmo que pequenas, acumulam o benefício, até que a mudança acontece;
5. Escrever seus objetivos num papel e olhá-los ativamente, todos os dias, ajuda muito. Não pergunte por quê—apenas faça;
6. Não confie demais em sua própria força. Busque forças em Deus. É impossível exagerar a importância disso;
7. Não espere que as pessoas creiam de repente que você mudou. Só reconquistará a confiança delas se seu novo comportamento for consistente
8. Se achar que está muito difícil mudar, lembre-se das consequências de não mudar. Escreva-as, se preciso, só para não esquecer.
9. Todas as vezes que um pensamento negativo vier à mente, confesse DUAS coisas positivas, com mais convicção ainda. Não pergunte por quê—apenas faça;
10. Se tropeçar, comece de novo. Não desista. Se você foi persistente e corajoso para errar, também pode ser para acertar.
Referencias Bibliograficas
1. FRANCO, Divaldo Pereira. Filho de Deus. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.
2. INTERNET. Sites Espíritas.
3. Reformador. Ago. 2005.