Sobre metas e montanhas

Rita Foelker, http://www.edicoesgil.com.br/

Metas para longo prazo. Cuidado com metas para longo prazo.

Uma das lições que aprendi vivendo é que as metas para longo prazo, ao menos como metas, ainda não existem, exceto na imaginação. As metas para longo prazo, como as montanhas, são feitas de grãozinhos de terra, que formam punhados que cabem nas mãos. O olhar de quem está aos pés da montanha talvez não possa capturá-la inteira, mas há algo de possível, algo de acessível com relação à montanha. Há um punhado de terra que se consegue pegar com a mão.

É claro que, se a montanha está lá, ela nos inspira, ela nos convida. Às vezes, nos assusta. Em nossos melhores momentos, nós nos vemos no seu topo sentindo o vento e apreciando a paisagem. Podemos conquistá-la algum dia – ou não, pois não controlamos a totalidade das circunstâncias – porém podemos fazer algo em favor dessa conquista hoje, com aquilo que cabe na mão e que pode, portanto, ser transformado, como barro, segundo nossas intenções. Um punhado deve ter milhares de grãos!
E depois podemos dormir satisfeitos, sabendo que hoje tomamos um punhado de terra e fizemos com ele algo bom, que nos faz sentir bem.

A metáfora da montanha se refere a um milagre* de fé. Pelo menos, é como eu a estou utilizando. Se me perguntasse, eu diria que os milagres são acessíveis aos homens, mulheres e crianças, só que podem levar algum tempo para acontecer. Quase sempre, o que precisamos não é de milagres, mas de acreditar que eles existem.

Mesmo os corações bons e justos podem duvidar de sua própria capacidade de alcançar alegria, esperança e paz. Pois que eles também são afetados pela dificuldade. Mas se me perguntassem se é mais fácil mover uma montanha ou alcançar a paz, eu talvez considerasse ambos factíveis, assim como ter uma vida boa, um amor, o carinho de uma família, a amizade de pessoas bacanas, um trabalho interessante. Será que seu coração se sente merecedor de todas estas coisas?

*A palavra milagre é utilizada aqui em seu sentido poético e, não, teológico.

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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+ Rita Foelker