A importância da Educação

Rose Mary Grebe

“A educação é a base da vida em sociedade, por meio de legítimos processos de aprendizagem que fomentam as motivações e evolução do indivíduo.”

“ Não apenas um preparo para a vida, mediante transferência de conhecimentos pelos métodos da aprendizagem. Antes é um processo de desenvolvimento de experiências, no qual educador e educando desdobram as aptidões inatas, aprimorando-as como recursos para a utilização consciente, nas múltiplas oportunidades da existência.”

Estas afirmações são de Joanna de Ângelis na psicografia de Divaldo Franco.

Dora Incontri, grande estudiosa da Doutrina Espírita, também se manifesta a respeito da educação, assim dizendo:

“A educação é toda influência exercida por um Espírito sobre outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual”. (A Educação Segundo o Espiritismo, p.42)

Um terceiro conceito nos vem do dicionário:

Educação é desenvolver a capacidade intelectual, física e moral de uma pessoa. Educação inclui o ato de educar, de instruir; é polidez, disciplinamento.

Educar não é só ensinar, aquele que ensina também aprende. Há uma troca de conhecimentos que sempre enriquece quem aprende e também aquele que ensina. É um processo que busca desenvolver todas as potencialidades latentes do indivíduo, inspirando-o a querer crescer e se transformar intelectual, moral e socialmente. Enfim, é uma forma de autotransformação.

Temos três formas de encarar a educação bastante interessantes, que se intercomunicam e nos fazem perceber a importância e responsabilidade de quem educa.

A primeira educação é aquela recebida no lar, com exemplos, com limites, com muito amor.

Porém, nos dias atuais temos a impressão de ter perdido o rumo. Nossa vida agitada acabou desfocando um pouco os papeis dentro deste teatro da vida. E acabamos por terceirizar aquilo que nos cabe como pais.

No livro dos Espíritos existe uma questão muito pertinente;

383. LE. Qual é para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?

Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.

Nota de rodapé: Os pais e professores espíritas devem ponderar sobre este item. O Espiritismo vem abrir um novo capítulo da psicologia infantil e da pedagogia, mostrando a importância da educação da criança não apenas para esta vida, mas para a sua própria elevação espiritual.

Nos dias atuais nem sempre podemos ficar em casa além do tempo que a lei determina como licença. Claro que o ideal seria acompanharmos nossos bebês até uns três anos. Mas mesmo diante desta impossibilidade existem coisas que cabem a nós, pais. Podemos ter ótimas pessoas ajudando, uma creche maravilhosa, mas o ato de educar, não pode ser delegado. A primeira educação sempre deveria ser a do lar.

“A vulnerabilidade do bebê humano e sua dependência dos cuidados do adulto são indícios muito fortes de que a família é uma necessidade psicofísica do homem e, portanto, será difícil imaginar um sistema social sem essa instituição básica.”    (Apostila 2. ESDE)

Isto não acontece, de modo geral aos animais, cuja dependência da mãe dura pouco tempo. Alguns até nascem sem a presença das mães. ( tartarugas, cobras)

“Cada criança é um Espírito inteiro, integral, com delicado circuito capacitado a assimilar toda e qualquer informação que se lhe traga, sem qualquer análise ou seleção, uma vez que o seu mundo psíquico não se acha ainda em condições para discernir com profundidade.” (Vereda Familiar, Raul Teixeira. P. 69)

É aí que nossa responsabilidade aumenta no sentido de sermos bons modelos, e corrigirmos tendências negativas nos nossos filhos.

A criança pequena absorve, não tendo a condição de selecionar o que é bom e o que é ruim. Ela tem algumas necessidades que devem ser supridas:

Necessidades básicas de sobrevivência: o bebê necessita de: alimentação, vestuário, sono, etc)

Os Espíritos nos informam na q. 384, L.E, que as primeiras crises da criança são de choro para excitar o interesse da mãe e provocar as atenções que lhe são necessárias. Se a criança apenas tivesse crises de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se inquietariam com suas necessi

Necessidades afetivas  como amor, carinho, tranquilidade, incentivo.

“A criança, de um modo geral, terá maior serenidade e seu desenvolvimento psicológico será tanto mais equilibrado, quanto menos estiver exposta a sofrimentos desnecessários nos seus primeiros anos de vida e quanto mais adequadamente for sendo habituada aos sofrimentos inevitáveis que a vida lhe imporá.”

 ( Revista Cristã do Espiritismo, ano 1, nº 4)                                                                                                                    

 

Necessidade de Deus: todos temos esta necessidade, filhos que somos, tendo cada um a centelha Divina. Cabe-nos, desta forma, apresentar a visão que temos de Deus, oferecendo aos nossos filhos a Religião que praticamos.

“Quando tenhamos filhos pequenos, será nobre levá-los a conviver conosco nas atividades do Centro Espírita, a fim de que eles, também desde pequenos, aprendam a desenvolver carinho pela Oficina de Bênçãos que supre de paz e de entendimento o seu reduto doméstico.” ( Vereda Familiar. P. 189)

De educação: O que mais as mães relatam nos dias atuais é a dificuldade de educar os filhos. E têm razão, as facilidades materiais são muito maiores, mas as crianças não são mais as mesmas, as famílias também não. Mas a educação que dermos em casa será o alicerce da vida futura. Então há uma necessidade muito grande de se educar com valores, dentro daquilo que queremos que seja a sociedade do amanhã. Todos estamos vendo que o que foi feito depois da tão falada liberdade, que não foi entendida, temos adolescentes até 30/40 anos, vivendo muitos às custas dos pais, uma noção pouco valorizada de honestidade, de respeito, de se colocar no lugar do outro. Daí a necessidade de educar com:

Limites : toda criança deve ser criada sabendo quais são os seus limites. Precisamos ter a mais absoluta certeza de que os limites que não dermos, a sociedade dará, de uma forma sempre dolorosa. Talvez não nos demos conta, mas isto interferirá não só na infância, mas por toda uma vida. A este respeito nos alerta Maria Luísa Ferrerós:

“ Se não o ensinarmos a respeitar normas de convivência com pessoas que mais o amam neste mundo, que são seus pais, quando for mais velho, ele não saberá se fazer respeitar pelos outros, não saberá como interpretar as ações dos demais e se deixará pisar por seus amigos, seus chefes, parceiros, etc….    

(Como Educar seu filho com limites e amor.)

Uma criança sem limites…

… cresce insegura.

… não aprende a confiar em si mesma

… acha que pode tudo.

… não consegue lidar com as frustrações naturais da vida.

… tem baixa auto-estima.

                  Juliana Morillo (Psicóloga)

“ A equipe dos pais deve decidir que estilo educacional deseja aplicar com os filhos se não quiser se ver reproduzindo, sem perceber, tudo aquilo que teria jurado que jamais faria.”(p.28)

Castigos:  A criança ou jovem precisa entender que o castigo é uma medida educativa. Há necessidade de perda para o infrator. Nunca barganhe. Pai não é amiguinho do filho.

“O Senhor conta com você, de modo particular, porque quando você decidir-se a educar e amar, instruir e orientar com firmeza e disposição, o mundo mudar-se-á para melhor. Assimilará a luz que jorra do Infinito por meio da sua atuação.”

(Vereda Familiar. P. 87)

 

Referências  Bibliográficas

 

1.     FRANCO,Divaldo Pereira..Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 9ed. Rio de Janeiro. Federação Espírita Brasileira. 2011.

2.     INCONTRI, Dora. A Educação Segundo o Espiritismo. 5 Ed. Bragança Paulista: SP. Editora Comenius, 2003.

3.     BRITO, Thereza de. Vereda familiar. 5 ed. Niteroi. RJ: Frater, 2004.

4.     FERRERÓS, Maria Luisa. Como Educar seu filho com limites e amor.

5.     KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Tradução de José Herculano Pires. 66ed. São Paulo. Lake, 2006.

6.     Artigos retirados da Internet.

 

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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