A vingança e o ódio: caminhos nebulosos

Mauro Falaster | 

A medicina revela que existe uma relação entre nosso estado emocional e as doenças.

No período que conhecemos como “homem das cavernas”, o ser humano tinha como inimigos naturais os animais, as intempéries e, com o tempo oscilando entre o frio intenso dos invernos e as épocas de forte calor.

Com o passar do tempo e, como fruto direto da multiplicação da espécie humana, o homem passou a viver em pequenos grupos, que lhe facilitava sua sobrevivência ante as adversidades.

No entanto, com tal convivência o homem foi desenvolvendo outros sentimentos, uns até necessários, outros, extravagantes a ponto de serem desagregadores do grupo familiar.

O inevitável aconteceu; o homem viu-se diante das diferenças entre ele e os demais integrantes do grupo. Não sabendo lidar com essas diferenças, o convívio tornou-se difícil.

Agora os problemas não estavam mais restritos a sua sobrevivência ante as intempéries e animais ferozes. Novos surgiam sob a forma de conflitos e divergências entre seus pares, que aumentavam dia-dia.

A partir daí não conseguiu conter o surgimento dos sentimentos mesquinhos coma a inveja, o ciúme, a vingança, o ódio, a traição e tantos outros, que foram se impregnando na formação milenar da personalidade humana até chegar aos tempos hodiernos, onde a competição inter-humana, dentro da ética ou fora desta, parece não ter limites.

Assim, crescemos querendo que aquele que sofreu um mal (o mocinho), busque sua reparação utilizando de quaisquer meios contra quem o praticou (o bandido). É a vingança, o ódio justificado, fala.

O homem acabou de encontrar o seu maior inimigo, ele próprio.

Perdoar como é difícil ! Parece que a reação imediata para algo que nos prejudique deve ser a vingança.

Pena de talião. Olho por olho, dente por dente.

De onde surge o ódio ?

Muitos de nós temos uma vaga idéia de onde nasce o ódio porque, em algum lugar, lá nas profundezas de nosso inconsciente, há muitos ódios guardados. A pior notícia é que eles não estão mortos.

O ódio é um sentimento rejeitável, insuportável. Paixão que impele a causar ou desejar mal a alguém. Assim como muitos outros sentimentos, não desaparecem só porque não se dão à consciência. Ao contrário, eles atuam causando-nos muitos males. O ódio reprimido é o responsável por muitas de nossas emoções, como ansiedade (fobias), medo e mesmo por doenças como o câncer.

O ódio é o amor ao contrário. Por isso, o ódio preserva as mesmas intensidades do amor que o gerou. Seria o ódio o amor frustrado ?

A diferença que pode existir entre o amor e o ódio, é que o primeiro, quando não bem compreendido, às vezes, é destrutivo e os ódios sempre são.

O ódio pode ser visto naquelas pessoas que passam a vida referindo-se a alguém com mágoa e desprezo. Tais pessoas, falam de outra como se quisessem destruí-la e por isso é fácil perceber o ódio, porque ele é um sentimento que “nunca acaba”.

Nós ainda não aceitamos a vida como ela é de fato. Da mesma forma, temos dificuldade em aceitar as pessoas como elas realmente são, dada nossa baixa moral. Por isso, tendemos a destratar inconscientemente e, com medo de sermos destratados.

Nos dias atuais, a competição não é saudável. Pisar, humilhar, ultrapassar o outro é a nossa forma de nos sentirmos melhor, de ficar, bem diante deles. Levar vantagem sobre o outro, ultrapassá-lo, humilhá-lo parece ser a única forma de subir. É assim que vivemos.

Atualmente as pessoas somente se sentem valorizadas se conseguirem ultrapassar e despertar sua inveja sobre os outros, o que é o mesmo que despertar o ódio, rebaixando os demais.

O problema é que a auto-estima conseguida dessa forma é temporária. Dura só o tempo necessário para o indivíduo encontrar outra pessoa que, segundo seus cálculos, está melhor que ele.

Nesse momento sua auto-estima desmorona e o indivíduo fica se sentindo por baixo pois, os mecanismos que utilizou contra aquele que era mais fraco que ele, agora faz com que se sinta mal diante de alguém, que ele acha mais forte. Nesse momento, seu ódio vira contra ele: cobra, desvaloriza, rebaixa, diminui e humilha.

Vejamos o que desencadeia o ódio:

Primeiramente, não devemos confundir ódio com raiva. Enquanto o ódio tem uma natureza constante e contínua, a raiva é uma manifestação intensa, como um estouro, mas, passageira e rompe mais facilmente com os laços que a geraram.

Sentimentos que não tratados no nascedouro, podem por despertar ódios:

A mágoa é um desgosto recolhido que se deriva da decepção, um descontentamento, que pode ser por alguém ou pela própria vida. É decorrente de tristeza, decepção, desilusão, amargura…

A mágoa é uma forma de pensar e sentir, que causa muita dor e sofrimento. Muito mais em quem a sente, do que em seu alvo. Estar magoado é como tomar uma dose de veneno, esperando que o outro morra.

Uma pessoa se magoa quando vive um episódio doloroso e não consegue lidar com a inerente dor emocional daquele momento, quando descobre que aquilo que desejava, no final, não aconteceu da forma idealizada. Sente-se o acontecimento como injusto o que acaba alugando um espaço muito grande em sua mente e emoções.

Fanatismo: é a cega obediência a uma idéia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la.

Pessoas partidárias extremistas exaltadas e acríticas de uma causa religiosa ou política. O grande perigo do fanático consiste exatamente na certeza absoluta e incontestável que ele tem a respeito de suas verdades.

No fanatismo, encontramos o ódio mobilizando os esforços do indivíduo para um fim, que é a negação do próprio ódio.

Exemplo: o fanatismo religioso funciona como uma referência que o sujeito fanático não conseguiu construir internamente (os valores são externos – religiosos).

As regras religiosas são utilizadas para que o indivíduo possa se livrar da culpa que seus ódios (conscientes e inconscientes) despertam e que ele não sabe compreender.

O fanático, por sua insegurança quanto à legitimidade de suas próprias crenças, apega-se rigidamente á religião, torna-se escravo das regras, por temer que Deus vá castigá-lo se ele vier a falhar.

Há uma projeção do ódio interno na imagem de Deus: um Deus ruim, vingativo e rígido.

Assim, as crenças religiosas são utilizadas para legitimar ( e não para livrar-se) os ódios e, ao mesmo tempo, torná-los menos pesados.

É uma forma narcísea porque o indivíduo acredita que só a sua fé é que é verdadeira e legitima e as demais, são aberrações a serem desprezadas.

Podemos ver o ódio dessa natureza naquelas atitudes fanáticas como é o caso de Bin Laden, que quer destruir tudo o que não compactue com suas crenças.

Na paranoia o ódio, é inconsciente. O ódio do paranoico está, como um par de óculos, interferindo durante todo o tempo com a percepção do indivíduo.

Paranoia é o termo usado por profissionais de saúde mental para descrever aqueles indivíduos que sofrem de uma desconfiança exagerada e um receio constante de ser atacado ou agredido verbal ou mesmo fisicamente pelos outros.

Uma outra característica dos paranóicos é a necessidade de controlar os outros. O que reflete uma auto-estima muito baixa.

Eles nunca perdoam um insulto, injúria, desprezo, mesmo que sejam eles os únicos a perceberem as coisas dessa forma.

Na paranóia há um ódio interno que o indivíduo projeta no mundo o que, por sua vez, deixa o mundo ameaçador e que faz com que o indivíduo tem medo e reaja.

O ciúme é algo que está relacionado a um sentimento de ódio, que também não é identificável pelo indivíduo. Esse ódio, como acontece sempre, é um dos elementos responsáveis pelo rebaixamento da auto-estima, pois, o ódio sempre deixa a pessoa com uma sensação desagradável e desvalorizada sobre ele mesmo.

Então diante do que ama (e idealiza), o sujeito fica inseguro. Ele não acredita que é suficientemente bom para ser amado e assim, fica procurando detectar pessoas que “ele valoriza” e ao encontrá-las, acha que sua parceira estará interessada ( na verdade o interessado é ele, porque, ele, que gerou a valorização).

Assim, o indivíduo pode achar um outro homem mais bonito enquanto enfeia a si próprio e fica temeroso.

Veja que todo processo se passa na cabeça do ciumento.

O ciumento, em geral, sempre se sente desvalorizado diante do seu preponente e com receio de que não é amado suficiente e assim, pode ser trocado por aqueles a quem ele próprio atribui um grande valor.

Tipificando insegurança psicológica e desconfiança sistemática, a presença do ciúme na alma transforma-se em algoz implacável do ser. O paciente que lhe tomba nas malhas estertora em suspeitas e verdades, que nunca encontram apoio nem reconforto.

O ciúme atenaza quem o experimenta e aquele que se lhe torna alvo preferencial.

Na inveja, a questão é muito mais interessante: o ódio voltado contra o próprio indivíduo é tão grande que ele se sente totalmente destituído de valor. Quanto maior o auto-ódio interno, menor o senso de valor. Geralmente acreditamos que o que caracteriza a inveja é o desejo que se tem por algo que o outro possui.

Mas não é bem assim ou, pelo menos, não é só isso. O precursor da inveja é a percepção daquilo que o outro tem a constatação de que, o indivíduo que inveja, não tem condições de conseguir algo semelhante. Assim, a posse do outro serve para pontuar a insuficiência do indivíduo.

A auto-estima do invejoso sempre é baixa e por isso gera o sentimento de insuficiência que é responsável pela inveja. A partir daí, por várias implicações possíveis, o sujeito vai tentar destruir o objeto invejado pela desvalorização, ou outros meios. Essa é a maneira que ele encontra de colocar os outros no mesmo lugar que ele: o lugar da impotência.

Ao invés de empenhar-se na autovalorização, o invejoso lamenta o triunfo alheio e não luta pelo seu; compete mediante a urdidura da intriga e da maledicência; observa e persegue, acoimado por insidiosa desdita íntima.

A inveja é resultado da indisciplina mental e moral que não considera a vida como patrimônio divino para todos, senão, para si apenas. Trabalha, por inveja, para competir, sobressair, destacar-se. Não tem ideal, nem respeito pelas pessoas e pelas suas árduas conquistas.

Devemos ficar atentos também, com os seguintes sintomas, que não extinguido no seu início, poderá desencadear-se em ódio:

a) Se você é daquele tipo que está sempre esperando o pior da vida, você é uma presa fácil do ódio. Você pode dizer: o mundo atual é feio! É verdade que tem lá seus defeitos, mas não é completamente feio. Há coisas muito agradáveis na vida. Se seu mundo interno é cheio de ódio, você vai sempre ver o mundo como um lugar semelhante. Espelhamos quem somos.

b) Se você tem uma péssima auto-estima, está na hora de olharmos para dentro de si mesma, para detectar o que está acontecendo. Geralmente a auto-estima rebaixada é uma indicação de que você não gosta de você, portanto, há algo de errado dentro de você. Conseqüentemente, terá dificuldades em gostar dos que a rodeiam.

c) Se você está sempre competindo com os outros, tome cuidado, isso pode ser uma manifestação de ódio. Geralmente na competição “fora de hora” nós enxergamos, nas coisas que o outro faz, um ataque á nossa pessoa e assim, invejosos e humilhados, queremos revidar.

d) Quando exageremos ao desconfiar de todo mundo. É o momento de refletirmos, porque tanta dificuldade de confiar. É impossível viver sem confiar. Provavelmente está acreditando que ninguém presta; de que todo mundo é ruim. Esta é uma visão odiosa do mundo.

e) Se você é do tipo que não sabe perdoar, temos um problema muito sério aí, o principal de todos. Isso significa que você não consegue livrar-se do rancor. Talvez você dê a si mesmo bons motivos para justificar seu ódio contra uma pessoa ou contra o mundo. Mas manter o ódio no coração é algo que não se justifica em hipótese alguma. Perdoar significa esperança, solidariedade e capacidade empática. Não perdoar é manter-se prisioneiro a quem direcionamos nosso ódio.

f) Buscar a perfeição é louvável e até uma necessidade do espírito. Entretanto, pessoas perfeccionistas e rígidas, tem grandes probabilidades de estarem desviando seus ódios ao exigirem muito de si mesmas, como andar “na linha”, fazerem um trabalho ou tarefa repetidas vezes, chegando em alguns casos, quase a exaustão para atingirem a perfeição. No entanto, a perfeição que tanto perseguem está restrita ao seu mundo interior.

g)
Temos também os casos de pessoas que são expostas ao ridículo ou se sentirem envergonhadas, que menos que possa parecer, pode dá origem a raiva e ao ódio de retaliação. Muitas vezes quando fizemos brincadeiras (geralmente de mau gosto), atingimos pessoas que podem estarem vivenciando conflitos interiores que negamos, podendo levar a uma reação negativa imediata ou futura.

O ódio é um sentimento que existe e não pode e, não deve ser ignorado. O ódio é mais duradouro (podendo superar os séculos) e, se não for eliminado através da expressão e do diálogo e, principalmente do perdão, ele fica lá, atormentando, feito uma pedrinha no sapato.

O ódio funciona como automatismo violento, labareda voraz que deixa destruição, para que as mãos do amor trabalharem na reconstrução que ressurgirá dos escombros.

A vingança

Em não conseguindo dominar, superar o ódio, passamos a alimentar um desejo sem limites de vingança.

É muito comum que tal pessoa tem o gênio forte, porque não leva “desaforo para casa”. Ou então, que se nosso “orgulho” for ferido, devemos devolver o insulto com a mesma intensidade. Não agir desta forma é visto como uma covardia, uma fraqueza, falta de personalidade.

Tornou-se como “ponto de honra” a necessidade de retribuir-se o mal com o mal. O resultado é que a cada dia aumenta a violência em todos os setores.

Se analisarmos nosso cotidiano, veremos que tanto em nossa casa, no trabalho e até no lazer nos melindramos por qualquer discordância de ponto de vista.

Também não deixamos que a opinião que emitimos seja contrariada; que nossos desejos, às vezes absurdos e egoístas, sejam ignorados.

Sentimos estranha satisfação quando alguém que não gostamos ou nos desentendemos sofre dificuldades.

Há casos, então, em que a vingança se torna patente. É o que acontece quando tomamos conhecimento de crimes hediondos.

O primeiro sentimento é de desejarmos que o indivíduo sofra na própria carne a dor que fez outros passarem. Então, passamos a ser cúmplices da violência, incentivando-a inconscientemente.

A vontade de ver a justiça sendo feita muitas vezes nos torna injusto.

Desencorajar a vingança não significa ser conivente com o mal. Pelo contrário, mostra a necessidade de combatermos a maldade com razão e não com o ódio e a emoção que cegam e destroem.

A impunidade às vezes os preserva das leis humanas, e isso pode nos revoltar. Não nos esqueçamos das Escrituras, onde é claro que a “Vingança a Deus pertence”. Não que Deus, o Pai criador, vá se vingar. Mas Ele criou as leis espirituais, dentre as quais está a de “Causa e Efeito”, na qual tudo o que fizermos ao próximo , de bom ou ruim, será retornado a nós mesmos.

Portanto, não há malefício que não seja cobrado; não há injustiça que não seja reparada.

A vingança se manifesta em nosso íntimo como reação de um coração ressentido pelo ódio e que guarda mágoa de uma ofensa recebida

Quando estamos ressentidos e magoados com alguém, começamos a percorrer uma perigosa estrada de ódio, que é fruto de nossa condição de espíritos inferiores.

Quando nos vem à mente o sentimento de vingança já estamos sendo movidos pelo ódio. E quem odeia fere a si próprio em primeiro lugar.

O vingador é alguém que carrega pesado fardo de dores, do qual só se libertará quando iniciar a prática do perdão.

Quem se entrega a cega paixão da vingança, quase nunca se vinga a céu aberto. Quando é ele o mais forte, cai qual fera sobre o outro a quem chama seu inimigo, desde que a presença deste último lhe inflame a paixão, a cólera, o ódio.

Porém, as mais das vezes assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento oportuno para sem perigo feri-lo.

Esconde-se do outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno. Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho.

Em conseqüência, quando o perseguido se apresenta nos lugares por onde passou o sopro do perseguidor, espanta-se de dar com semblantes frios, em vez de fisionomias amigas e benevolentes que outrora o acolhiam. Fica estupefato quando mãos que se lhe estendiam, agora se recusam a apertar as suas.

Enfim, sente-se aniquilado, ao verificar que seus mais caros amigos e parentes se afastam e o evitam. Ah ! o covarde que se vinga assim é cem vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta em plena face.

A vingança, fruto do atraso moral do homem, é condenável, pois consiste na manifestação de um coração rancoroso. Este sentimento, contrário à lei de Deus, deixará de existir na Terra quando homem, usando os recursos do Evangelho e da prece, se esforçar por perdoar as ofensas.

Quando o sentimento de vingança for mais forte que o desejo de perdoar, devemos empreender todo o nosso esforço por desenvolver os sentimentos de fraternidade e tolerância, buscando no Evangelho e na prece o amparo e a inspiração para nos libertarmos do desejo de vingança.

Aquele que se vinga, além de aumentar seus débitos para com a justiça divina, deixa escapar a oportunidade de se regenerar através do perdão ao agressor, com quem terá, inevitavelmente, de se reconciliar um dia.

O ódio envenena os sentimentos e entorpece a razão. Dando vitalidade à vingança, conduz a transtornos comportamentais mórbidos de recuperação difícil. Trata-se, à luz da psicologia profunda, de provar que o Bem é mais forte que o mal, que a não violência é o antídoto para a ferocidade, a paciência é o remédio para a irritação, a esperança é o recurso para o desalento.

A vingança é atraso moral do espírito, que permanece em primarismo; o perdão exalta o indivíduo. A primeira, leva-o a futuros conflitos e ata aquele que a cultiva a quem detesta; o segundo liberta do agressor e lignifica os sentimentos que restauram a alegria de viver. Uma aflige sem pausa e o outro equilibra, desenvolvendo estímulos para novos embates.

Conclusão

Como no campo psíquico, os afins se atraem. É preciso cortar a sintonia negativa estabelecida com nossos desafetos.

Orar pelos que nos fazem mal, sendo uma das formas de fazer-lhes o bem, significa interromper qualquer ligação negativa, por isso Jesus nos convida à orar por aqueles que nos difamam e nos perseguem:

“A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos amaldiçoam, orai pelos que vos difamam.” (Lc 6:27-28)

A vibração positiva da prece em favor dos que nos querem mal age sobre o psiquismo de nosso desafeto, colaborando assim para que saiam dessa situação, influenciando seu inconsciente de forma favorável a nosso respeito.

Está provado que o ódio, a raiva, a mágoa e o ressentimento causam doenças graves em nosso corpo somático.

A medicina moderna já descobriu que existe uma relação estreita entre nosso estado emocional e o surgimento de inúmeras patologias de difícil cura. Não podemos esquecer também de orar pelos nossos inimigos espirituais e por nossos obsessores, porque eles se enquadram nas recomendações do Cristo.

Sejamos mais sábios e inteligentes. Não guardemos ódio nem rancor que poderão desestruturar nosso íntimo. Ao invés de ódio, amor, tolerância, compreensão; e sobretudo, muita prece, não apenas para nossos amigos mas também para nossos desafetos.

Vitorioso é somente aquele que se vence interiormente, mesmo que vencido exteriormente, por isso amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Bibliografia:

  • O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
  • O Ser Consciente – Joanna de Ângelis (Divaldo Franco)
  • Jesus e o Envangelho – À luz da psicologia profunda – Joanna de Ângelis (Divaldo Franco)
  • O Despertar do Espírito _ Joanna de Ângelis (Divaldo Franco)
  • Amor Imbatível Amor – Joanna de Ângelis (Divaldo Franco)
  • Autodescobrimento – Uma busca interior – Joanna Ângelis (Divaldo Franco)

 

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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