A Evolução do pensamento a respeito de Deus

Num primeiro momento é o Criador confundido com os fenômenos da natureza.

Cláudio Fajardo

Num primeiro momento é o Criador confundido com os fenômenos da natureza.  Por não compreendê-los, e por algo dizer aos homens que por trás destas manifestações havia uma inteligência que as dirigia, imaginaram eles se tratarem do próprio Deus.

Avançando um pouco mais o homem distingue o fenômeno de seu Criador, todavia ainda bem atrasado em compreensão imagina para cada manifestação um Deus. É o politeísmo.

A evolução continua… alguns emissários da mais alta hierarquia universal vêm até nós e ensinam-nos que um só Deus há, o verdadeiro Criador de todas as coisas. Todavia, como a evolução não dá saltos, a compreensão do Eterno ainda é imperfeita e temos um Deus antropomórfico, isto é, à imagem e semelhança do homem.

 

O Gênesis, 6: 6 nos diz que Deus se arrependeu de ter feito o homem sobre a terra, devido a maldade que havia em seu coração. Como se Deus pudesse se arrepender de algo.

O tempo passa, e mesmo com a evolução da idéia de Deus, do Deus-general para o Deus-Pai, ainda temos muito da visão antropomórfica do Criador.

Em meados do século XIX os Espíritos nos revelam o que seria um mais avançado conceito de Deus: “Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas.” (O Livro dos Espíritos, Questão 1)

Deus deixa de ser um ser inteligente para ser a Inteligência Suprema, (os espíritos é que são os seres inteligentes da criação)[1], e é confirmado como a Causa Primária de todas as coisas, ou seja, é o Criador de tudo o que existe.

A partir daí pudemos analisar e partir para entendimento ainda mais amplo. Em A Grande Síntese, que Emmanuel afirma ser o Evangelho da ciência, a palavra de “Sua Voz” nos revela:

E o conceito é este: como do politeísmo passaste ao monoteísmo, isto é, a fé num só Deus, agora passais ao monismo, isto é ao conceito de um Deus que É a criação.[2]

E ainda no mesmo livro:

Ele é a grande alma que está no centro do universo. Não centro espacial, mas centro de irradiação e de atração.[3]

Segundo o livro A Gênese, de Allan Kardec, Deus é Infinito[4]. Deste modo podemos compreender que Deus tirou de Si a Criação, ou seja, como afirma o saudoso Huberto Rohden, manifestou de Sua essência a existência.

Ainda conforme expressão dos textos bíblicos temos que Deus é espírito (João, 4: 24); Deus é o Verbo (João, 1: 1); e que o Verbo se fez carne (João, 1: 14).

A partir daí deduzimos um novo conceito da trindade:

Espírito                              Lei                                Pensamento

                                                                                  

Verbo                         Movimento                            Vontade

                                                                                   

Carne                              Criação                                           Ação

 

Deste modo, a Lei que é a ideia pura, o primeiro modo de ser do universo, é um dos aspectos de Deus, como também a criação ou forma que é a realidade exterior.

Estamos Nele, como Ele está em nós.[5]

… nele vivemos, e nos movemos, e existimos…[6]

«Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.» (Quinemant, Sociedade de Paris, 1867.)[7]

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[1] O Livro dos Espíritos Questão 76

[2] A Grande Síntese, pág. 32

[3] Ibidem, pág. 37

[4] A Gênese, cap. 2 item, 21

[5] Ibidem, cap. II item, 24

[6] Atos, 17: 28

[7] A Gênese, cap. II item, 27

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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