Amor-livre, namoro e noivado
Por Cibele Neis
Nenhuma função que tenha o espírito na Terra encarnado, será mais bela ou mais pujante do que a função de participante da criação com Deus.
O Criador depôs em cada um dos Seus filhos essa chama, perenemente acesa, alimentada por essa energia cósmica que tudo penetra, tudo inunda, tudo faz vibrar…
Nasce o impulso afetivo no espírito.
Enquanto reencarnados na Terra, quase todos necessitamos usar essas energias, sob risco de enfermarmos psicologicamente, quando não dar e não receber esses néctares da Vida. Essas energias não são somente encontradas nos relacionamentos de casais e independem dos contatos genitais, estando ativa no afeto entre amigos…
ESTAMOS TODOS MATRICULADOS NO PROJETO ETERNIDADE
À semelhança de um curso formidável em dinâmica escola, deveremos cumprir uma programação capaz de fazer-nos chegar ao Pai Criador, de maneira eficiente, coerente e gradativa.
Distribuídos de acordo com a necessidade de cada um:
INTRODUÇÃO: infância até +/- 7 anos;
PRIMEIRO ESTÁGIO: adolescência até +/- 13 anos;
SEGUNDO ESTÁGIO: juventude até +/- 18 anos;
TERCEIRO ESTÁGIO: adulto a partir dos 18 anos
QUARTO ESTÁGIO: velhice sempre quem tem 15 anos mais
Relacionamentos têm início a partir do segundo estágio:
O enfrentamento das alternâncias de valores sociais, que configuram a moral social da época e geralmente põe a criatura aturdida perante as questões vinculadas aos aprendizados que não foram bem trabalhados ou que tenham sido negligenciados nos estágios anteriores.
– Quando a infância tenha sido excelente alicerçamento para a adolescência, e esta tenho feito valiosos empreendimentos para a madureza, corroboradas pelas ações da juventude, não pode haver dúvida de que o adulto manterá posturas equilibradas e visão clara diante dos incontáveis percalços que por ventura surjam.
– Quanto mais tenham sido mal feitos os estágios precedentes, menos recursos terá o indivíduo adulto para trilhar com segurança a estrada que lhe está assinalada.
Hoje em dia, comum é verificarmos que o namoro vem acompanhado da vida sexual ativa entre os jovens , inclusive sendo mostrado como padrão de comportamento na mídia, chegando a apresentar-se como um padrão destorcido, desequilibrado e devastador.
Para o jovem, tudo é novo, porém, aí entra a importância do esclarecimento da responsabilidade de seus atos, pois de um \”mero\” ficar, podem surgir dificuldades difíceis de serem resolvidas depois.
Na sua euforia e inexperiência, na maioria das vezes não passa por sua cabeça, entrando então a responsabilidade do educador que deve conduzi-lo a consciência dos fatos, resultando em atitudes mais raciocinadas e prudentes.
A Doutrina Espírita, por excelência a doutrina de causa efeito, não poderia deixar de chamar a atenção para a responsabilidade deste ato e avaliar a amplitude das doenças morais nascidas da energia sexual mal dirigida.
– Incentivar o jovem a conhecer-se a si mesmo;
– Ensinar a disciplina sobre si, desde quando ele passa a conhecer as próprias emoções e sentimentos;
– Esclarecer que em matéria afetiva, cada um é responsável perante a Justiça Divina, e que teremos que responder por todas as ações nossas que causarem prejuízos afetivos, morais e espirituais;
– Estimular os filhos a cultivarem a pureza de intenção e de sentimentos;
– Dirigir o sentimento para entenderem que o amor verdadeiro a um homem ou uma mulher, além da realização plena do ato sexual, não pode dispensar o perdão, a paciência, a bondade, a delicadeza, o respeito e a amizade sincera. Não existe amor verdadeiro sem virtudes no coração.
Os objetivos do Evangelho Divino vão muito mais além do que as metas da educação sexual humana, porque visa ao espírito eterno e necessita da adesão íntima da criatura com a consciência e o coração para o seu aperfeiçoamento moral e espiritual na Terra e na Vida Espiritual.
Os princípios morais do Evangelho estudados e meditados, sentidos e compreendidos, praticados e testemunhados junto aos filhos, constituem a maior fonte de iluminação, porque permanecem infinitamente acima de todos os compêndios respeitáveis da ciência sobre sexualidade humana, por trazer na sua pureza o Código Universal de Sabedoria e Amor, ensinando-nos a aplicar com amor e respeito, disciplina e controle as nossas energias biofisiopsicossexuais.
A orientação sexual espírita destina-se a instruir e renovar, educar e aperfeiçoar a criatura em seus sentimentos e sua vida mental para um mundo novo do amor sexual espiritualizado.
09.2004