Evangelização: preparando o futuro

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Rosemary Grebe

Dora Incontri falando sobre a infância nos diz que existem duas visões acerca deste período, uma que é um tempo de humilhação, o ser é totalmente desprotegido, sendo dependente de outros para sobreviver. Isto causaria ao Espírito uma profunda humilhação. Em parte isto é uma verdade, pelo despotismo com que muitas vezes a criança é tratada.

Outra visão é de que o estado infantil é o de beleza, felicidade, época de despreocupação e fantasia, com ausência de ocupações sérias. (p.36. A Educação Segundo o Espiritismo):

“Em verdade, a condição infantil não é em si mesma humilhante e, por outro lado, nem sempre imune de sofrimento, num estado ideal de felicidade e nem é isenta de seriedade, pois o período da aprendizagem infantil é de suma importância para a vida terrena e espiritual” (. P.36 )

A respeito das crianças Kardec tem muitas colocações, não só dele como dos Espíritos.

“É durante a infância que o Espírito é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”(Livro dos Espíritos. 383)

“A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores.” […]. (O livro dos espíritos, 385).

Daí a imperiosa necessidade de se Educar, não simplesmente oferecendo bons colégios, roupas de marca, boa alimentação e boa vida. Mas na missão que temos de transformar Espíritos em homens de Bem. Por este motivo se fala tanto da EVANGELIZAÇÂO.
Então, EVANGELIZAR, na conceituação Espírita, representa não só informar alguém a respeito da vida, dos ensinamentos e dos exemplos de Jesus, mas, principalmente, conscientizar a respeito da necessidade da aplicação constante desses conhecimentos teóricos à vida diária.

A Evangelização bem compreendida muda os seres (ESPIRITOS), nos diversos grupos em que vivem, começando pelo menor deles, a família.

A evangelização não se dá num determinado período de tempo: é um processo contínuo de despertamento da criatura para a necessidade do esforço, no sentido de promover a sua transformação moral, numa busca de auto-aprimoramento, que se inicia num determinado momento da vida, mas que não tem data alguma que lhe marque o fim. (José Passini, Juiz de Fora)

 

Evangelizar é, pois, vivenciar juntamente com os evangelizandos os princípios deixados por Jesus.

Educar é um gesto de amor para com este ser que viverá em uma sociedade e, pelo que estamos presenciado a cada dia, extremamente egoísta e desumana. Educar e evangelizar é, muitas vezes, dizermos não a determinadas situações com as quais não concordamos, sem ficarmos com peso na consciência porque todos os amigos podem.

Amélia Rodrigues nos diz através de Divaldo Franco que:

“O amor, no entanto, jamais poderá transformar-se em conivência, em atitude de anuência com o erro, com o desrespeito moral das demais criaturas.”

“ Uma sociedade justa e fixada nos ensinamentos de Jesus, cuida da infância que irá dar continuidade às conquistas promotoras da felicidade, assim como do ancião, dos enfermos, dos desvalidos…” (Compromissos de Amor. P. 29)

E para a sociedade, isto tem alguma implicação, ganhos? Aqui lembramos do nosso querido Chico. Certa vez foi perguntado por uma mãe quando deveria começar a educar o filho. Chico perguntou que idade tinha a criança e a resposta foi três anos. “Então você está três anos atrasada.”

Acreditamos que um lar que inicia desde cedo a exemplificação de alguns princípios dará à sociedade:

  • Crianças mais educadas;
  • · Conscientes dos deveres e direitos;
  • · Livres porque sabem o que é liberdade;
  • · Sem preconceitos.

Alguns Espíritos têm se manifestado a respeito da Evangelização nos lares e casas Espíritas e eu gostaria de destacar Vianna De Carvalho. (Vianna de Carvalho , pelo médium Divaldo Pereira Franco, 2007, em Miami)

[…] à Evangelização Espírita Infanto-juvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã. (Vianna de Carvalho , pelo médium Divaldo Pereira Franco, 2007, em Miami)


Uma sociedade não se muda de uma hora para a outra,; os reflexos do que plantarmos agora veremos daqui a 20 ,ou 30 anos. É urgente que comecemos a plantar as novas sementes.

“Nesse sentido, a família sempre desempenhará um papel de relevante importância, por ser o lar a primeira expressiva escola, onde se ensina através do exemplo, conforme as experiências e vivencias que fazem parte da existência corporal.
(Amélia Rodrigues. Compromissos de Amor. P. 35)

Há que se ter coerência naquilo que aprendemos dentro da Doutrina e o nosso lar, os reflexos de nossas mudanças devem fazer parte daquilo que vivenciamos junto de nossa família. Precisamos ser Espíritas o tempo todo, mas principalmente junto de nossos filhos.

 

Kardec, percebeu algo bastante significativo e é dele o seguinte depoimento:

“É notável verificar que as crianças educadas nos princípios espíritas adquirem uma capacidade de raciocinar precoce que as torna infinitamente mais fáceis de serem conduzidas. Nós as vimos em grande número, de todas as idades e dos dois sexos, nas mais diversas famílias onde fomos recebidos e pudemos fazer essa observação pessoalmente. Isso não as priva da natural alegria, nem da jovialidade. Todavia, não existe nelas essa turbulência, essa teimosia, esses caprichos que tornam tantas outras insuportáveis. Pelo contrário, revelam um fundo de docilidade, de ternura e respeito filiais que as leva a obedecer sem esforço e as torna responsáveis nos estudos” (“Viagem Espírita em 1862”, pág. 30).

A Evangelização da criança sempre começará no lar, que deverá dar uma base sólida, sempre baseada nos exemplos. Depois ela continuará na Casa Espírita. É necessário que se dê continuidade àquilo que a família iniciou e que não se encerra, pois a família precisa continuar sempre e a escolinha Espírita dará alguns conteúdos doutrinários, sempre respeitando o entendimento da criança.


Referências Bibliográficas

1. FRANCO, Divaldo Pereira. Compromissos de Amor. 1ed/ por Espíritos diversos. Salvador: Leal, 2014.
2. INCONTRI, Dora. A Educação segundo o Espiritismo.5 ed. Bragança Paulista: SP. 2003.,
3. INTERNET: textos de sites Espíritas.
4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritps.

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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