Kardec abandonou a teoria do fluido vital em sua obra de conclusão, A Gênese!
Kardec abandonou a teoria do fluido vital em sua obra de conclusão, A Gênese.
Mesmer, criador do Magnetismo Animal, nunca foi fluidista.
A teoria do fluido vital foi completamente falseada pela ciência.
Esses e outros fatos são de fundamental importância para compreender as relações entre as ciências do Magnetismo Animal (criada por Mesmer) e o Espiritismo, consideradas gêmeas por Allan Kardec.
O fluidismo foi criado no século 19 por seguidores de Mesmer que negavam sua teoria original, baseada no Fluido Cósmico Universal, único elemento gerador de todos os fenômenos. A teoria do fluido vital, discordante dessa anterior, afirmava a existência de uma substância material, como algo distinto, combustível próprio dos movimentos dos corpos orgânicos. Hoje sabemos que no mundo físico tudo é regido pelos fenômenos físico-químicos, e o magnetismo animal, como Mesmer propôs, está relacionado com estados de vibração, modificações do Fluido Cósmico Universal, e não algo distinto, repetimos, como seria o fluido vital.
Mas vamos aos fatos, para recuperar esse conceito fundamental da Doutrina Espírita.
Em A Gênese, seguindo a orientação dos espíritos, Allan Kardec abandonou a teoria do fluido vital e adotou a expressão genérica princípio vital, para se referir ao fenômeno da vida orgânica.
Allan Kardec tratou do fluido vital e do princípio vital em O Livro dos Espíritos. Princípio vital é uma expressão genérica, referindo-se ao fenômeno da vida orgânica, diferindo-a dos corpos inorgânicos, sem fazer referência a nenhuma teoria. Fluido vital foi uma teoria criada no século 19, para tentar explicar o fenômeno da vida por meio de uma substância especial, átomos invisíveis, sem peso, como um combustível material para sustentar os movimentos dos corpos vivos. Na época, outros fluidos foram imaginados pela teoria dos fluidos especiais, como fluido luminoso e fluido calórico.
Em oposição à essa teoria de fluidos especial com existência própria, Franz Anton Mesmer criou a teoria do Fluido Cósmico Universal, considerando que todos os fenômenos seriam estados de vibração desse único elemento gerador, não havendo, portanto, existência própria de cada um deles. Ou seja, calor, eletricidade, magnetismo, luz, e o princípio da vida, como forças de movimento, seriam estados de vibração, modificações do elemento gerador, e não algo distinto. Ou seja, Mesmer jamais foi fluidista, pelo contrário, negou essa hipótese e explicou a ação do magnetismo pela comunicação de movimentos vibratórios do FCU, semelhante ao som, mas em níveis acima da velocidade da luz.
Pois bem, em sua obra de conclusão das questões científicas, como bem apresenta Allan Kardec em A Gênese, ele apresenta a conclusão dos espíritos sobre esse assunto. Por isso, abandonou o termo fluido vital, que não foi citado uma vez sequer nesse livro, e adotou em definitivo a expressão princípio vital. E justifica essa solução no seguinte trecho (justamente no item com título: princípio vital), no qual fica explicado que o princípio vital não tem existência própria (o que seria um fluido vital), mas entra no sistema de unidade do elemento gerador (Fluido Cósmico Universal), sendo uma de suas modificações, estados de vibração, condição da luz, fogo, calor, eletricidade e princípio vital. Vamos ao trecho de Allan Kardec, na obra referida:
“O princípio vital, é ele algo distinto, tendo uma existência própria? Ou bem, para entrar no sistema de unidade do elemento gerador, seja apenas um estado particular, uma das modificações do fluido cósmico universal que se torna princípio de vida, como se torna luz, fogo, calor, eletricidade? É neste último sentido que a questão é resolvida pelas comunicações reportadas anteriormente. (Cap. VI, Uranografia geral)”.
Em resumo: em sendo o fluido vital, na época, a hipótese de “algo distinto”, ou seja, “tendo existência própria”, como um fluido especial. E sendo a teoria do Fluido Cósmico Universal oposta a dos fluidos especiais, pois considerava um único elemento gerador de todos os fenômenos, e não a existência de fluidos distintos, a acima citada explicação de Allan Kardec em A Gênese, repito, fica bem clara!
Kardec pergunta:
“O princípio vital, é ele algo distinto, tendo uma existência própria? Ou bem, para entrar no sistema de unidade do elemento gerador, seja apenas um estado particular, uma das modificações do fluido cósmico universal que se torna princípio de vida, como se torna luz, fogo, calor, eletricidade?”
E o texto conclui afirmando que essa posição é a dos espíritos. Ou seja, em sendo essa obra de 1868, trata-se da última palavra sobre o assunto na Doutrina Espírita:
“É neste último sentido que a questão é resolvida pelas comunicações reportadas anteriormente. (Cap. VI, Uranografia geral)”.
(Por Paulo Henrique de Figueiredo, Revolução Espírita)