Luz em nós
Edir Salete
Quando a minúscula semente rasga o solo e se projeta para o alto em busca dos raios energizados do Sol… Quando a lagarta arrebenta o casulo e na metamorfose, a borboleta bate pela primeira vez suas frágeis asas coloridas rumo às alturas.. Quando uma criança se encanta ao observar o cintilar das estrelas… E, mesmo o cientista ao buscar no firmamento a razão de sua existência, entendemos porque toda a Natureza, do micro ao macro lançam o olhar para o alto, com destino à claridade.
Assim, nesse contexto podemos visualizar mentalmente uma grande teia de luz que se encadeia entre seus delicados filamentos um ao outro, no espaço Universal, formando como que, um enorme farol!
Jesus muitas vezes fez referência a luz, quando disse “Eu sou a luz do mundo, quem me seguir não andará em trevas, mas terá a luz da vida”, ou “andai enquanto tendes a luz para que as trevas não vos apanhem” entre outras tantas máximas maravilhosas…
Fomos criados, pela luz de Deus, simples e ignorantes, por isso Joanna de Angelis (espírito) diz que somos lucigênitos.
A busca dessa luz é o nosso objetivo maior durante todo o processo evolutivo. Não acontece de uma hora para outra, não há transformações mirabolantes ou fantasiosas nem milagres, é um caminho árduo, difícil… sem descanso, porém progressivo e compensador.
Como a lâmpada que não ilumina só o interior de seu bulbo, mas, espraia-se ao seu redor, nós também temos que espargir nossa luz, trabalhando para eliminar os personalismos do Ego, orgulho, egoísmo, a fim de sintonizar com as virtudes essências do Self, pois apesar de ser interno e individual o processo de iluminação, desdobra-se em consequências externas na convivência com o próximo.
Quando Jesus propôs que Ele é a luz, naturalmente passamos a imaginar que se referia a luz física, material, porém a referência era de uma luz espiritual, de uma luz verdadeira, divina e eterna. Jesus não se fez maior, em dizer que Ele era Luz, mas propôs que também nós somos luz quando disse “Brilhe a vossa luz”, luz do conhecimento que há de eliminar as nossas sombras, para que nosso caminho em busca da felicidade se apresente mais claro, mais seguro, e mais célere… Buscando a felicidade, o homem deve comprometer-se com o autodespertamento, identificando erros e defeitos como também as boas qualidades, destituído dos sentimentos de autopunição, complexos, remorsos e culpas.
Na ignorância de si mesmo, o ser se manterá na insegurança, pois não consegue, quando solicitado, avaliar a sua reação psicoemocional enfrentada no dia-a-dia, na longa estrada para a perfeição. É a sombra, o Ego que se melindra, se irrita, se aborrece, se magoa, mas nossa essência é o Self, a luz, que pondera, reconsidera, reflexiona, perdoa, analisa, faz juízo de valores para depois tomar a decisão com calma, com serenidade.
Assim temos que nos conectar com a Luz Cósmica, formando uma Unidade… A iluminação nos faz ir ao encontro do outro, atravessando obstáculo, enxergando as próprias limitações e também as próprias virtudes, sem rodeios, sem máscaras, percebendo que o próximo tem também a mesma essência transformadora.
Nessa jornada teremos com certeza a ajuda espiritual, nos intuindo no mais íntimo do nosso ser, todavia, a viagem é solitária e se dará no compartilhar, com a singularidade de cada um dos que seguem conosco, independentemente do seu estágio evolutivo.
Enfim, para obtermos êxito nesse processo, temos que nos munir de coragem, otimismo, disciplina, perseverança, boa vontade, humildade, aquisições potentes e intransferíveis, que nos farão avançar ao encontro da Grande Luz!