A felicidade ao nosso alcance

Por Edir Salete

A felicidade é o objetivo da busca eterna e universal que vem ocupando a mente humana desde os primórdios da criação. As pessoas podem diferir em suas expectativas de vida, políticas, religiosas, filosofias de vida, perfis psicológicos, cultura e raça, mas todos sem exceção querem ser felizes!

A felicidade é a meta do pobre e do rico; do santo e do pecador; do ateu e do crente. Em busca da felicidade as pessoas freqüentemente se comportam de forma estranha: algumas ficam felizes quando as outras estão felizes; algumas são felizes quando as outras são infelizes. Existem até mesmo aquelas que são felizes quando elas próprias são infelizes.

Uns têm esperança de comprar a felicidade enquanto outros há que tentam usurpá-la do próximo; há aqueles que buscam alcançar a felicidade através do domínio, pelo poder; outros, no apego às coisas; os egoístas e os invejosos enxergam a felicidade naquilo que o outro é, ou tem.

Já encontramos pessoas que cultivam a felicidade apesar da vida ser um "vale de lágrimas". Outras são infelizes por possuírem todas as condições de estar bem. Salvo os casos patológicos, as pessoas estão sempre buscando a felicidade, mesmo que não se dêem conta disso. Há uma luta íntima para se buscar o melhor, sempre !

A felicidade varia de pessoa para pessoa, e em cada momento de nossas vidas pode assumir aspectos diferentes. Mas o que é essa "tal felicidade"? Esse estado de espírito; esse estar contente, na plenitude espiritual?

Felicidade relativa
O conceito na verdade é muito subjetivo. Para o operário, felicidade seria ter mais dinheiro; para o enfermo, seria recuperar a saúde; para o desempregado, a felicidade seria encontrar o emprego; para o solteiro, seria a união com alguém; para os que padecem fome e frio, a felicidade estaria num agasalho e na alimentação; para o torcedor, a explosão de felicidade se dá quando a bola atinge o fundo da rede do time adversário.

Outros, que vivem numa cidade grande e poluída sonham com o dia em que vão poder morar no campo. Já quem vive numa cidade pacata e tranqüila do interior sonha com os prazeres oferecidos pela cidade grande. Muitos acreditam que para ser feliz, são necessários dinheiro, fortuna, juventude e poder.

Mas, não é raro, encontrarmos uma pessoa que realiza seu sonho mais esperado e acalentado e, mesmo assim, continuar infeliz e com uma sensação de melancolia, de amargura, de decepção. Muita gente fica deprimida depois da realização de um projeto, de um sonho …Para combater essa insatisfação, que em geral deságua numa depressão, as pessoas estão recorrendo à fórmulas químicas – remédios antidepressivos, ansiolíticos, calmantes – procuram solução nas pílulas, quando as verdadeiras razões são mais profundas.

Outros se atiram no abismo dos vícios drogas, alcoólicos, prazeres; quanto mais procuram, mais se afastam.

Vamos buscar em o Livro dos Espíritos, a questão 920:

Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?
Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.
E na questão 922 de o Livro dos Espíritos temos

A felicidade: com relação á vida material, é a posse do necessário; Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.

Como podemos ver, a felicidade consiste em cada um contentar-se com o que tem . Isso seria o necessário. Pois nós estamos sempre em busca do supérfluo. Quando Jesus afirmou que a felicidade não é deste mundo, referiu-se a felicidade sem mescla, a felicidade plena. Todavia podemos viver com alegria, valorizando as coisas que temos e as conquistas morais que já logramos, sem infelicitar-nos com o que não possuímos e não está ao nosso alcance.

Buscamos sempre a felicidade distante de onde ela se encontra. Em cada momento Deus nos dá mil motivos para nos alegrar: a oportunidade de viver, de ter família, amigos, trabalho; a natureza, o sol a chuva, a noite para o repouso, as chances de aprendizado em cada minuto que passa por nós.

Até mesmo os percalços do caminho são motivos de alegria, por nos ensinarem a supera-los, a compreende-los e aceita-los.

Certa vez lemos uma história que nos levou a refletir em que consiste a verdadeira felicidade:

Foi narrada por uma moça que se sentia momentaneamente infeliz e, andando pela rua viu um homem puxando uma carroça. Ao observar a cena, pensou: pobre homem ! fazendo o trabalho de um animal irracional!

– Isso é que deve ser infelicidade !
Pensou, ouvir dos lábios do suposto infeliz e mais uma porção de lamentações e queixas.
Aproximando-se lhe perguntou:

– O Senhor é muito infeliz, não é ? Ainda mais, fazendo um trabalho desses !…

E o homem, fez com que ela mudasse completamente, quando respondeu:

– Não, senhora ! Sou uma pessoa muito feliz. Tenho saúde, tenho força, que nem mesmo preciso de um animal para puxar minha carroça, consigo o meu sustento passeando pela cidade e ainda ganho saudações de pessoas bonitas como a senhora. Só não sou mais feliz, porque não vejo todas as pessoas do mundo sorrindo.
E o que precisa o homem para ser feliz ?

– A felicidade não tem nada a ver com conseguir/ ter…

– Consiste em satisfazer-nos com o que temos, e com o que não temos.

– Para um sábio poucas coisas são necessárias!

– Ao homem inconformado nenhuma fortuna o satisfaz!

Tudo vai depender de como nós vivenciamos / elaboramos cada uma das dificuldades, dores, perdas, ganhos, que nos atingem.

10.2004

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Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Casa Espírita Nova Era.


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