“Palestras na Garagem” de Herculano Pires ganham transcrições
Material é riquíssimo e fala sobre os diversos pilares da doutrina.
As históricas “Palestras na Garagem” proferidas por Herculano Pires vão ganhar transcrições feitas pela Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires.
A primeira palestra já está no ar no site da fundação e pode ser lida aqui: Palestra 1: Uma Visão Geral da Estrutura da Doutrina Espírita
A Fundação preserva todo o acervo de Herculano Pires, desde a biblioteca em seu antigo quarto, até áudios de palestras e programas de rádio.
A palestras transcritas são do tempo em que o Grupo de Estudos funcionava na garagem da casa de Herculano, sobre diversos temas.
Herculano Pires sempre prezou por pequenos grupos de estudo. O importante era sempre o aprofundamento na obra de Kardec.
Nessa mesma garagem ocorreu a manifestação de Herculano, como espírito, no dia de seu desencarne. O filho de HP, Herculano Ferraz Pires, explicou em entrevista ao Correio Fraterno.”
“Realmente, no dia de seu falecimento ocorria uma reunião na garagem de casa, seguindo o planejamento anual de reuniões de estudo, acompanhada de uma reunião mediúnica. Quando meu pai estava no hospital, um médium recebeu duas mensagens: uma anunciando a chegada de Herculano no mundo espiritual e outra, do próprio Herculano. A princípio os familiares não quiseram ler as mensagens, pois achávamos muito cedo para qualquer comunicação. No almoço de domingo, quando todos estávamos reunidos, minha tia insistiu para que as lêssemos. Após a leitura não tivemos dúvidas de que ele era o autor.”
Leia alguns fragmentos da primeira palestra transcrita:
A Codificação, como naturalmente todos se lembram, se constitui daqueles cinco volumes que apresentamos aqui. Primeiro, O Livro dos Espíritos. O Livro dos Espíritos é a obra fundamental da Doutrina, portanto, é um livro que nenhum espírita pode deixar de ler. Quer dizer, toda pessoa que realmente se interessar pela doutrina tem de ler este livro, tem de estudá-lo, ele é um livro de estudo. Um dos companheiros de Chico Xavier lá em Uberaba certa vez perguntou a Emmanuel, através do Chico: “Emmanuel, eu já li O Livro dos Espíritos quinze vezes, o que você me aconselha agora?” O Emmanuel disse: “Leia mais quinze.”
Kardec diz também, continuamente, o seguinte: Os homens em geral veem as coisas apenas por um ângulo da Natureza. Olhando por um ângulo da Natureza, só se tira a conclusão daquilo que se viu, não se tira conclusão do conjunto. O Espiritismo procura nos fazer ver o conjunto da Natureza, o conjunto geral, para nós termos uma ideia mais aproximada da realidade, da verdade. Ora, O Livro dos Espíritos, como nós dissemos, foi dividido por Kardec… dividido não, foi projetado por Kardec em outras obras.
Os que querem combater o Espiritismo alegam, então: “não, mas tal cientista diz que pode explicar isto da seguinte e seguinte maneira”. Bom, o cientista disse baseado numa teoria, numa hipótese que ele formulou. Mas o que nos interessa não são as hipóteses, são os resultados da pesquisa. E essas hipóteses que são citadas contra o Espiritismo foram todas derrubadas pela pesquisa, a pesquisa não as comprovou. Então, são hipóteses que não tinham valor, hipóteses apenas como instrumento de trabalho, apresentadas como uma orientação para pesquisa, para ver se conseguia confirmar naquele campo, naquele ponto. Por exemplo, um indivíduo diz assim: Não é espírito que se manifesta, é o próprio espírito do indivíduo, do médium que está falando. Então, esta é uma hipótese, é uma hipótese que foi colocada, vamos estudar, vamos pesquisar. A pesquisa feita provou o contrário. Quer dizer, se provou o contrário, a hipótese caiu, não existe mais. Eles então alegam, baseando-se nessas hipóteses que não existem, foram derrubadas pela pesquisa. Mas a pesquisa até agora só fez confirmar.
O ateísmo e o materialismo são flores de estufa das grandes civilizações. Quando a civilização se desenvolve, atinge um apogeu, o homem se empolga com as conquistas da civilização. Ele vê que muitas coisas das religiões estavam erradas, que a ciência tem que explicar de novo, então ele quer seguir este caminho novo. E ele se convence de que ele já está com a verdade. O homem é muito orgulhoso, nós todos somos, muito vaidosos, muito orgulhosos. Por que nós somos orgulhosos? Porque nós somos as únicas criaturas na Terra que dispõem de pensamento reflexivo, de pensamento criador. Todas as demais criaturas, todos os animais, todos os seres da Terra não tem essa capacidade. Então nós ficamos muito orgulhosos da nossa capacidade de pensar, de analisar, de verificar as coisas, de aprofundar no conhecimento das coisas e nos enchemos de vaidade e acabamos achando que nós somos os “tais”. E por isso mesmo, então, os grandes cientistas e os grandes sábios terminavam sempre caindo num campo de materialismo, de não aceitar nada das religiões.
Ora, esta concepção de Kardec no Céu e o Inferno é muito importante porque traz uma contribuição para esclarecer os problemas da religião de maneira racional através da pesquisa da ciência espírita. Pesquisando a situação dos espíritos do lado de lá no campo espiritual, depois da morte, como eles estão vivendo lá. Então é uma contribuição muito importante, a gente precisa ler esses livros, aprofundar, pra gente conhecer os problemas. Muitas vezes, a gente se defronta com problemas aqui na Terra, problemas espirituais, nós todos estamos cansados de saber disso, e não sabemos como dar a solução. Se lêssemos, se estudássemos os livros da Codificação, nós teríamos as soluções ali, brotando das próprias páginas. São apontadas ali, porque Kardec ensina, exemplifica, esclarece e aponta os caminhos a seguir.
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